Kyra Piscitelli e Nanda Rovere, do Aplauso Brasil (redacao@aplausobrasil.com)

SANTO ANDRÉ/SP- A Escola Livre de Teatro – ELT foi fechada de forma arbitrária, no dia 27/09. A ação da Secretaria de Cultura da cidade gerou revolta e mobilização da classe artística. O espaço foi reaberto, mas seu destino continua nebuloso e sem respostas concretas por parte do poder público.
Fundada em 1990, na gestão de Celso Daniel (PT), em Santo André, a ELT apresenta um método de trabalho diferente. A ideia era trazer para cidade uma escola de criação colaborativa, que auxiliasse na formação cultural da cidade e do estado de São Paulo.
No entanto, desde o início deste ano, com a entrada do prefeito Carlos Grana (PT) e do Secretário de Cultura Raimundo Salles (PTB), os problemas se agravaram. A Escola Livre de Teatro tem sofrido graves boicotes, como a demissão de funcionários sem justificativa, salários atrasados e a interferência no prédio sem comunicação prévia.
Os frenquentadores da ELT, como uma das repórteres dessa matéria, são testemunhas das péssimas condições da escola. As salas precisam de reforma, incluindo o Teatro Conchita de Moraes, a iluminação está precária e os vazamentos são constantes.
Por outro lado, é evidente a importância da manutenção do espaço e das atividades realizadas lá. Um dos exemplos são os diversos núcleos de discussão e aprendizado como o Núcleo de Formação de Atores; Iniciação Teatral (NIT); Dramaturgia; Direção Teatral; Interpretação; Máscaras; Sonoridades; Performance e História do Teatro.
Poder Público
A Secretaria de Cultura alega que é preciso repensar o funcionamento da Escola, especialmente o seu projeto pedagógico.

Também informaram, em matéria veiculada no Jornal Diário do Grande ABC (em 30/09/2013), que haverá uma grande reforma, assim que terminarem as obras no Teatro Municipal da cidade.
O prefeito Carlos Grana, após interferências de artistas que se manifestaram a favor da escola e do interesse da mídia em registrar o impasse, divulgou uma nota sobre o compromisso com a manutenção do projeto artístico-pedagógico da Escola Livre .
Grana ressaltou que na sexta-feira (27), a ELT teve suas aulas diurnas interrompidas somente para uma vistoria técnica e posteriormente foi reaberta para seu funcionamento normal.
Segundo representantes do movimento ELT Livre, no entanto, há dúvidas com relação à interdição ou não da Escola Livre porque não foi recebida nenhuma notificação, bem como a visita do corpo de bombeiros.
Além disso, o discurso sobre a continuidade não se comprova, devido às ações de sabotagem e sucateamento que vêm sendo realizadas pela prefeitura.
Audiência Pública
Em resposta as manifestações, foi agendada uma reunião para esclarecimentos, marcada por iniciativa da ELT. Ela aconteceu na quarta, (2). O prefeito Carlos Grana, recebeu representantes da Escola Livre de Teatro composto por mestres, aprendizes e diretores da Cooperativa Paulista de Teatro.
A prefeitura reabriu o diálogo, mas pediu um prazo até 07/10, para fornecer respostas concretas. .Além disso, as conversas serão coordenadas pela nova diretora de cultura, Silvia Costa.
Na reunião do dia 7, as promessas continuaram. A Secretaria prometeu abrir um processo de licitação para a contratação do corpo docente, comprometendo-se a escrever o texto até o final deste ano. Também, entre outros compromissos firmados, a Secretaria disse que a ELT continua onde está.
O prédio e o Teatro Conchita de Moraes estão abertos, mas por enquanto os aprendizes e alunos estão esperando informações mais precisas. A inda não há garantia da continuidade do projeto e sim promessas.
O Movimento ELT LIVRE continua e exige que as reivindicações sejam atendidas de forma efetiva. Entre elas: Abertura da licitação para funcionamento da ELT a partir de 2014; autonomia dos processos pedagógicos, do uso do espaço e de seu calendário; planejamento de reforma do espaço, com manutenção da agenda de trabalho da escola na sua sede; contratação de funcionários engajados no trabalho colaborativo que o projeto propõe e fim das tentativas de desmanche e/ou sabotagem dos trabalhos pedagógicos.
Apoio à ELT
O Aplauso, como a classe artística, reafirma a importância da instituição para a formação e o aprimoramento de artistas na área de artes cênicas.
Os núcleos são gratuitos e qualquer mudança nas diretrizes do projeto, que não respeite a autonomia dos processos pedagógicos na utilização do espaço da escola e do calendário escolar, prejudicará o êxito das atividades da Escola.
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