Nanda Rovere, do Aplauso Brasil (nanda@aplausobrasil.com)

SÃO PAULO- A Bala na Agulha estreia dia 20 de Setembro, às 21h, no Teatro Tucarena. Com texto de Nanna de Castro, a peça trata de um tema que atinge boa parte das pessoas: a dificuldade de envelhecer e querer se manter ativo profissionalmente. A direção é de Otávio Martins, que comanda Alexandre Slaviero, Denise Del Vecchio e Eduardo Semerjian no elenco. A equipe conta ainda com : Pedro Garrafa e Beto de Faria, como assistentes de direção, Marichilene Artiseviskis e Cenário de Cláudio Solferin, nos figurinos, iluminação de Pedro Garrafa e trilha sonora do também diretor Otávio Martins.
A peça fala de como é envelhecer no universo televisivo e através da trajetória de um famoso ator que chegou aos 60 anos, trata de questões pertinentes à vida de qualquer pessoa, com suas angústias, desejos e a falta de oportunidades no campo profissional.
Um tema atual num mundo em que a jovialidade é colocada em primeiro plano e cada vez mais as pessoas procuram maneiras eficazes para retardar p envelhecimento.
O público acompanha o embate entre um grande ator doente, sem dinheiro e esquecido e um jovem galã com uma carreira promissora.
O ator mais velho, Chico Valente (Eduardo Semerjian), está em cena com o jovem ator, Cadu (Alexandre Slaviero), e num ato inesperado aponta para ele uma arma e o obriga a entrar num duelo, o qual poderá causar a morte de um deles.
A atriz Célia de Castro (Denise Del Vecchio), amiga de Chico e atual colega de trabalho de Cadu na televisão, tenta acalmar a situação, mas a disputa fica cada vez mais acirrada.
Eduardo Semerjian caracteriza o seu personagem como um velho ator que dedicou a vida toda ao teatro e à arte, um “purista”, que encara o trabalho de ator como uma missão de vida.
Destaca que o personagem ganhou vários prêmios e com o tempo passando, ele não ganhou reconhecimento público. Viu o sucesso se esvair, caiu no ostracismo, ficou doente e nos últimos anos de dar aulas.
A possibilidade de fazer Esperando Godot reascendeu as suas esperanças de voltar a atuar e ganhar um bom dinheiro. O problema é que quem contracena com ele é um jovem ator de muito sucesso na TV, mas sem experiência no teatro e referências culturais; está no teatro porque o seu agente. A imaturidade do jovem artista deixa Chico enfurecido.
¨O mais interessante do texto pra mim é a habilidade de usar uma situação que é comum à minha própria área, mas que pode atingir qualquer pessoa em

qualquer profissão. Vem à tona à pergunta: quanto o mérito tem de importância nos dias de hoje?, indaga Semerjian.
A vida anda superficial demais, como conviver com isso? Esse exercício de compreensão e aceitação de que a vida é assim mesmo é o que mais me emociona e perturba no texto da Nanna de Castro, conclui o ator.
Segundo o diretor Otávio Martins, A Bala na Agulha fala sobre envelhecer no sentido de sentir-se sem referências, excluído das novas ordens que vão se impondo naquilo que a gente conhece como mundo. ¨O Chico Valente, personagem do Eduardo Semerjian, é um cara que construiu sua carreira ainda nos anos 70, quando o teatro tinha um carácter de guerrilha política, e que hoje não se encaixa nas regras de mercado¨, diz.
¨Não se toma uma posição política entre um lado ou outro, não se julga, apenas se mostra a solidão deste homem que se acha um dinossauro diante da modernidade¨, complementa Martins.
O diretor acredita que a montagem deve conquistar especialmente os que são apaixonados pelo fazer teatral, mas salienta que a obra não trata apenas de Teatro. ¨Usa o fazer teatral para espelhar o homem pasmado diante das rápidas mudanças no mundo contemporâneo¨, afirma.
A direção valoriza o humor corrosivo e a linguagem ágil e direta do texto. Convidou para integrar o elenco atores que aceitassem trabalhar em parceria e experimentar.
Sobre os ensaios o diretor conta: ¨Foi um processo muito rico e colaborativo, em que cada um dos atroes trouxe um pouco de seu modo de ver as coisas hoje. Um time de amigos, todos dispostos a contar e realizar essa linda história da Nanna de Castro.
Ficha Técnica:
Texto: Nanna de Castro
Direção: Otávio Martins
Elenco: Alexandre Slaviero, Denise Del Vecchio e Eduardo Semerjian
Assistente de Direção: Pedro Garrafa e Beto de Faria
Trilha Sonora: Otávio Martins
Figurinos: Marichilene Artiseviskis
Cenário: Cláudio Solferini
Iluminação: Pedro Garrafa
Fotos de divulgação: Dene Santos
Produção Executiva: Marcela Bannitz
Direção de produção: Will Sampaio
Realização & Produção: Applaud Produções Artísticas Ltda.
Serviço:
A Bala na Agulha
Teatro Tucarena
Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes
(11) 3670-8455 | 4003-1212
Vendas: www.ingressorapido.com.br – 4003.1212
Sextas às 21h30 | Sábados às 21h | Domingo às 19h
Valores: Sexta R$ 40 | Sábado e Domingo R$ 50
Duração: 70 minutos
Recomendação: 14 anos
Estreia dia 20 de Setembro
Temporada: até 1º de Dezembro