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SÃO PAULO – O espetáculo Hotel Mariana foi sucesso de crítica e público pela coragem de trazer à cena teatral a tragédia de Mariana (MG), que ocorreu em novembro de 2015. Por uma infeliz coincidência, no dia 21 de janeiro, a peça voltou à cena paulista para a quarta temporada. Em cartaz até 12 de fevereiro, gratuitamente na Oficina Cultural Oswald de Andrade, a montagem se baseia em relatos de sobreviventes, feitos aos autores Munir Pedrosa e Herbert Bianchi, indicados ao Prêmio Shell pelo texto.
Munir Pedrosa, um dos atores e dramaturgos de Hotel Mariana, diz que vai aproveitar o novo crime – com mesmas características – para revisitar o material bruto do espetáculo. “Eu vou voltar no material bruto, porque lá têm algumas pessoas que dizem que isso voltaria a acontecer e que teriam outras barragens para estourar. Todo mundo sabia que ia acontecer de novo e nada foi feito. Eu vou incluir isso na peça”.
Para Pedrosa as semelhanças dos casos de Mariana e Brumadinho, no mesmo estado, não são coincidência, mas resultado do mesmo descaso. “A Voz de Mariana é a voz de Brumadinho, quando a gente fala de Brumadinho a gente fala de Mariana porque são os mesmos responsáveis, é o mesmo clima, é o mesmo povo, o mesmo Brasil. É incrível até como os depoimentos que vi até agora são similares ao de Mariana”, afirma.
Para o artista, Hotel Mariana não pode ser calado e nem as vozes de Brumadinho. “É uma peça-documento completa e importante para dar dimensão histórica do que acontece e ocorreu. Temos que ir para Minas e para o resto do Brasil com a peça. As mesmas vozes de Brumadinho são de Mariana, é o mesmo crime e o mesmo responsável”, finaliza Pedrosa.
HOTEL MARIANA – Reestreia dia 21 de janeiro, segunda, às 20 horas. Temporada – Até 12 de fevereiro, segundas e terças, às 20 horas. Duração – 70 minutos. Livre. Ingressos – Grátis (distribuídos uma antes do espetáculo).
FICHA TÉCNICA
Elenco
Anna Toledo
Bruno Feldman
Clarissa Drebtchinsky
Fani Feldman
Isabel Setti
Letícia Rocha
Marcelo Zorzeto
Munir Pedrosa
Rita Batata
Rodrigo Caetano
Idealização e pesquisa: Munir Pedrosa
Direção: Herbert Bianchi
Dramaturgia: Munir Pedrosa e Herbert Bianchi
Assistente de direção: Letícia Rocha
Designer de luz: Rodrigo Caetano
Operador de Luz: Ricardo Bretones
Cenário: Marcelo Maffei
Figurinos: Bia Piaretti e Carol Reissman
Direção de produção: Munir Pedrosa
Produção: Cia da Palavra e MUN Cultural
Realização: Prefeitura de São Paulo – Cultura e Prêmio Zé Renato
Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro. Capacidade – 60 lugares
Kyra piscitelli, do Aplauso Brasil (kyra@aplausobrasil.com.br)