SÃO PAULO – Os Sete Afluentes do Rio Ota é um épico teatral que propõe uma reflexão sobre os rumos e contradições da humanidade na última metade do século XX. A montagem brasileira foi um acontecimento teatral, atraindo mais de cem mil espectadores, deixando um rastro de encantamento por onde passou – Rio de Janeiro, São Paulo, São José do Rio Preto, Brasília e Curitiba. Não será diferente nessa nova e curtíssima temporada, em comemoração aos quinze anos de sua última apresentação.
O espetáculo envolve teatro, teatro de sombras, teatro No, dança, canto lírico, canto popular, mágica, cinema e se passa em diversas partes do mundo. Os idiomas falados são o português (que numa licença poética assume o lugar do inglês), o francês, o alemão e o japonês. Por isso, alguns trechos das apresentações do Rio Ota são legendados.
Como tantos trabalhos do canadense Robert Lepage, Os Sete Afluentes do Rio Ota é um projeto que define-se por um paradoxo. Foi um paradoxo que inspirou a peça: em sua primeira viagem a Hiroshima, Lepage esperava encontrar a devastação, mas ao invés disto, descobriu um lugar cheio de vitalidade e renascimento. Ficou tão impressionado, que decidiu criar uma produção que fizesse dessa situação inesperada, seu ponto de partida. Reuniu um grupo bastante criativo e os ensaios começaram na cidade de Quebec, no Canadá, em Janeiro de 1994. Lepage sabia que queria criar uma produção colaborativa, em que se juntassem diversos gêneros, um espetáculo que fosse além dos aspectos tradicionais da arte de representar.
“Quando assisti o espetáculo em 1996, tive a certeza de estar diante de uma experiência teatral sem precedentes. Pela primeira vez, o teatro transcendia o palco, suas limitações técnicas, para viajar no tempo, no espaço, e sublimar, como num toque de mágica, a autoridade da encenação teatral. Por isso ele chegava bem perto de nós. Ao atravessar os últimos cinquenta anos do Século XX, Os Sete Afluentes do Rio Ota nos revela, com toda poesia e delicadeza, nossa comovente insignificância mas também o nosso poder de resistência e reinvenção, diante dos descaminhos da humanidade ou das tragédias pessoais”, afirma Monique.
A partir dessa visão, nasceu a versão brasileira da obra de Lepage, que Monique conduziu com liberdade e invenção, num processo igualmente colaborativo com o elenco brasileiro. O mergulho de todos, aliada à mistura de linguagens, a alternância de tragédia com comédia e a força dos temas tratados, tornou essa montagem um momento especial na carreira de todos os envolvidos e um marco teatral no Brasil. “Nos formamos ali, foi a minha primeira direção teatral. E só tive coragem de levar adiante essa saga, porque Zé Celso Martinez Correa me convenceu de que eu já era uma encenadora, que eu havia “encenado” Jenipapo, meu único filme até então. E foi assim que eu entoava “Ação!” para iniciar o ensaio de cada cena do Rio Ota. Foi utilizando a linguagem do cinema que eu levantei o espetáculo. Um trabalho que mais tarde o Rogério Sganzerla cunharia como “Cinema Vivo”, minha forma teatral. Foi emocionante. Tudo. E está sendo de novo”.
A peça está dividida em sete capítulos, que acontecem em diversas partes do mundo, em épocas distintas:
Capítulo 1 – FOTOGRAFIAS, Hiroshima, 1945
Capítulo 2 – JEFFREYS, Nova York, 1965
Capítulo 3 – PALAVRAS, Osaka, 1970
Capítulo 4 – UM CASAMENTO, Amsterdã, 1985
Capítulo 5 – O ESPELHO, Hiroshima, 1986 / Checoslováquia, 1943
Capítulo 6 – A ENTREVISTA, Hiroshima, 1995
Capítulo 7 – O TROVÃO, Hiroshima, 2000
Ficha Técnica
Texto Robert Lepage
Direção e adaptação Monique Gardenberg
Elenco
Bel Kowarick
Caco Ciocler
Chandelly Braz
Charly Braun
Giulia Gam
Helena Ignez
Jiddu Pinheiro
Johnny Massaro
Lorena da Silva
Madalena Bernardes
Marjorie Estiano
Sergio Maciel
Silvia Lourenço
Thierry Tremouroux
Cenário Hélio Eichbauer
Figurino Marcelo Pies
Iluminação Maneco Quinderé
Trilha Sonora José Augusto Nogueira
Fotografias André Gardenberg
Direção movimento Marcia Rubim
Assistente de Direção Arlindo Hartz
Reconstituição cenografia Luiz Henrique Sá, Carila Matzenbacher
Reconstituição figurino Sabrina Leal
Produção Executiva Ciça Castro Neves
Direção de Produção Clarice Philigret
Assessoria Imprensa Morente Forte Comunicações
Assessoria Jurídica Olivieri Associados
Produção Dueto
Serviço
OS SETE AFLUENTES DO RIO OTA
SESC PINHEIROS
Espaço Cênico (1010 lugares)
Rua Paes Leme, 195
Informações: 3095.9400
Bilheteria: Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 18h
Vendas online a partir das 12h00 no dia 15/10, terça-feira, no site do Sesc.
Nas bilheterias das Unidades a partir das 17h30, no dia 16/10, quarta-feira.
Ingressos à venda nas bilheterias em toda rede Sesc SP
Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h30. Taxas / veículos e motos: para atividades no Teatro Paulo Autran, preço único: R$ 12 (credencial plena do Sesc) e R$ 18 (não credenciados).Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500m / Estação Pinheiros – 800m
Quinta a domingo das 18h (às 23h)
Quarta, dia 27 de novembro, às 18h
Ingressos:
R$ 50
R$ 25 (meia-entrada: estudante, servidor de escola pública, +60 anos, aposentado e pessoa com deficiência)
R$ 15 (credencial plena: trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes)
Duração: 350 minutos (com intervalo de 20 minutos)
Recomendação: 14 anos
Curta Temporada:
De 25 de outubro até 01 de dezembro de 2019