SÃO PAULO – No final de julho deste ano, depois de uma jornada de 98 anos marcados pelo talento, a bravura, o reconhecimento e a paixão em atuar – seja no teatro, cinema ou televisão –, dona Ruth de Souza deixou nosso convívio diário para ocupar seu definitivo lugar em nossa história.
Embora haja um feriado estabelecido como “Dia da Consciência Negra” – no mínimo estranho reservar um dia para que evoquemos nossa reflexão sobre a raça negra, a chamada “minoria” que, na realidade representa a maioria da população –, um dia – sejamos simpáticos com o feriado e deixemos de lado seu caráter duvidoso! – um dia de pensarmos nas inúmeras influências artísticas, religiosa, culinária, enfim, na descendência cultural que herdamos das matrizes africanas.
E nesse dia de celebração nada mais justo, necessário até, que homenagearmos aquela que não apenas abriu os caminhos para a visibilidade do artista negro, mas para o destaque – inclusive internacional – da atriz negra, num período ainda mais repleto de preconceito frente a mulher, sobretudo a negra: dona Ruth de Souza nenhuma homenagem será suficiente… que o seu rastro de luz ilumine nossa sociedade tão polarizada… guie, com sua sabedoria presente no brilho dos seus olhos, uns aos outros, outra vez unidos pelo bem geral!