Maurício Mellone, para o www.favodomellone.com.br – parceiro do Aplauso Brasil

Com direção de Ana Paz, peça do americano Martin Sherman traz a saga de Rosa, uma judia da Ucrânia, que se muda para Varsóvia, sofre os horrores da guerra e foge para os EUA onde vira dona de hotel
SÃO PAULO – Depois de carreira de sucesso no Rio, com indicações a prêmios, e de ter participado de festivais de teatro pelo país, finalmente Rosa chega a São Paulo para cumprir temporada no Teatro FAAP até dezembro.
Debora Olivieri, em sua primeira experiência com monólogo, vive no palco uma velha senhora judia — quase 30 anos mais do que ela —, que durante o shivah, luto de sete dias praticado no judaísmo, relembra os principais acontecimentos de sua vida, desde a infância vivida numa pequena cidade da Ucrânia, sua partida para Varsóvia, o horror passado na segunda guerra com a perseguição dos nazistas, sua fuga para a Palestina e finalmente a reconstrução de sua vida nos Estados Unidos, onde se casou novamente, foi mãe e conseguiu ser proprietária de um hotel em Miami.
O texto do dramaturgo norte-americano Martin Sherman, por mais que retrate as agruras sofridas por Rosa, é leve e irônico, ressaltando o característico humor judaico.
“Sou judia e fiquei fascinada com a identificação que o texto tinha com minha vida e a história da minha família. Cresci ouvindo histórias de minhas avó e bisavó contando como foi quando saíram da Ucrânia e de todas as perseguições que sofreram. De certo modo, é a história que fala da minha ancestralidade”, confessa Debora Olivieri.

Com cenário de poucos elementos (uma poltrona e uma mesinha) e pequenas marcações (a atriz se levanta uma ou outra vez durante os 90 minutos da peça), Debora consegue entreter a plateia e retratar quase cem anos de história por meio da vida da personagem.
“Toda família judia tem a sua Rosa”, dispara a atriz, que fez questão de trazer a peça para São Paulo, onde a comunidade judaica é grande e muito presente no bairro de Higienópolis, onde fica a FAAP. E melhor ainda: a peça é apresentada em horários alternativos, segundas às 21h e terças às 17h:
Além da composição magistral de Debora Olivieri para a velha judia, Rosa se destaca pela direção sensível e sutil de Ana Paz, além da iluminação de Paulo César Medeiros e o cenário de Helio Eichbaurer.
Roteiro:
Rosa. Texto: Martin Sherman. Tradução: Manuel Mendes Silva. Direção: Ana Paz. Elenco: Debora Olivieri. Cenário: Helio Eichbauer. Figurino: Ana Monteiro de Castro. Trilha sonora: Tunica Teixeira. Iluminação: Paulo César Medeiros. Desenho gráfico: Rico Lins. Fotografia: Dalton Valerio. Direção de produção: Fernando Azevedo. Produção: Ana Paz.
Serviço:
Teatro FAAP (500 lugares), Rua Alagoas, 903, tel. 3662.7233 e 3662.7234. Horários: segundas às 21h e terças às 17h. Ingresso: R$ 60. Bilheteria: de quarta a sábado, das 14h às 20h e domingo das 14h às 17h. Estacionamento gratuito, com vagas limitadas. Acesso para deficiente. Ar-condicionado. Duração: 90 minutos. Classificação: 12 anos. Temporada: até 10