Michel Fernandes, Aplauso Brasil (michel@aplausobrasil.com)

Ela acaba de receber o Prêmio Shell de Teatro, edição do Rio de Janeiro, por sua pungente interpretação da escritora Clarice Lispector no monólogo Simplesmente Eu, Clarice Lispector, em que ela assina, também, a adaptação do texto e a direção, supervisionada por Amir Haddad, cuja estreia paulistana será nesta sexta-feira (9), 19h30, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de São Paulo.
Depoimentos, trechos de entrevistas e cartas de Clarice serviram de material para que Beth construísse o texto que, além da própria Lispector, traz à cena personagens criadas pela escritora dos romances Perto do Coração Selvagem, Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, além dos contos Amor e Perdoando Deus.

O espetáculo tem como um de seus maiores objetivos, fomentar a leitura. Nesta temporada no CCBB SP, serão oferecidas três sessões gratuitas em horário alternativo, para um público formado por educadores, universitários e estudantes das redes pública, municipal e estadual. Em cada sessão apresentada (uma em cada mês: abril, maio e junho) haverá um bate papo com a atriz e convidados (uma psicanalista especialista em Clarice Lispector, um jornalista e um professor de literatura ou escritor). Ao final, cada espectador receberá um livro da escritora, cedido gentilmente pela Editora Rocco.
“Simplesmente Eu, Clarice Lispector” esta sendo convidado para participar de várias bienais nacionais e internacionais de livros, além de mostras teatrais como o Festival Internacional de Midelo, em Cabo Verde, que acontecerá em setembro.
O espetáculo mostra a trajetória desta mulher em direção ao entendimento do amor, de seu universo, suas dúvidas e contradições. Uma autora e seus personagens dialogando sobre a vida e morte, criação, Deus, cotidiano, palavra, silêncio, solidão, entrega, inspiração, aceitação e entendimento.
Encontro de Beth Goulart com Clarice Lispector
“O que me levou a fazer Clarice Lispector no teatro foi o mistério do espelho, a identificação que sinto por ela. A vontade de trazer mais luz sobre esta mulher que revolucionou a literatura brasileira redimensionou a linguagem falando do indizível com a delicadeza da música, usando a escrita como uma revelação, buscando o som do silêncio ou fotografar o perfume. ‘A arte é o vazio que a gente entendeu’, diz Clarice. Quero partir de mim mesma para refletir a profundidade mulher que conhece o segredo das palavras e suas dimensões. O questionamento, é a busca constante do artista diante de sua escolha, como ela, eu gosto de intensidades. Há dois anos mergulhei num processo de pesquisa para escrever este roteiro lendo tudo o que podia de sua obra e livros biográficos. Fiz dois workshops com Daisy Justus uma psicanalista especializada em Clarice Lispector que analisa sua obra sob a ótica da psicanálise. Vi e ouvi tudo o que podia sobre ela, suas entrevistas, fotos, o depoimento no MIS, a entrevista póstuma na TV Cultura, enfim me tornei uma esponja de tudo o que se referia a ela. Neste olhar apaixonado escolhi sua obra para recontá-la. Construí um corpo narrativo com trechos de entrevistas, depoimentos e correspondências que preparam os personagens que irão se apresentar ao público como desdobramentos dela mesma. Os temas abordados são reflexões sobre criação, vida e morte, Deus, cotidiano, palavra, silêncio, solidão, arte, loucura, amor, inspiração, aceitação e entendimento. Clarice é muito pessoal em seus escritos e todos os seus personagens tem algo de si mesma. Acho que Joana, de Perto Do Coração Selvagem, talvez seja a mais parecida com sua essência criativa e indomável. Ana do conto Amor é a dona de casa e mãe dedicada que Clarice certamente foi. Lori de Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, vive em cena as descobertas do amor, e a mulher do conto Perdoando Deus é uma bem humorada auto-critica”, explica Beth Goulart.
Ficha Técnica
Texto: Clarice Lispector
Adaptação, Interpretação e Direção: Beth Goulart
Supervisão: Amir Hadad
Gênero: Espetáculo Poema
Simplesmente Eu, Clarice Lispector
Teatro: Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 Centro / SP
Próximos às estações Sé e São Bento do Metrô
Informações: (11) 3113-3651 / 3113–3652
Site: bb.com.br/cultura
Capacidade: 125 lugares
Temporada: De 09 de abril a 20 de junho de 2010 (sextas e sábados às 19h30 / domingos às 18h)
Valor: R$ 15,00 e R$ 7,00 (meia-entrada)
Classificação: 12 anos
Duração: 60 minutos
Estacionamentos conveniados
Jockey Club – Rua Boa Vista, 280
(R$ 10,00 pelo período de 4 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB). Informações: (11) 3241-5433
Estapar Estacionamentos
Rua da Consolação, 228 (Edifícos Zarvos)
(R$ 10,00 pelo período de 5 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB). Informações: (11) 3256-8935
Van faz o transporte gratuito até as proximidades do CCBB – embarque e desembarque na Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos) e na XV de novembro, esquina com a Rua da Quitanda, a vinte metros da entrada do CCBB.
*SERVIÇO TEATRO SESI RIO:
Texto: Clarice Lispector
Adaptação, Interpretação e Direção: Beth Goulart
Supervisão: Amir Hadad
Gênero: Espetáculo Poema
Teatro: Teatro SESI RIO
Endereço: Avenida Graça Aranha, 01 / Centro / RJ
Informações: (21) 2563-4163
Site: firjan.org.br
Capacidade: 350 Lugares
Temporada: De 09 de março a 26 de maio de 2010 (terças e quartas às 19h30)
Classificação: 12 Anos
Duração: 60 minutos
Valor: R$40,00 (inteira) e R$20,00 (Meia)