Campinas*- A Bienal Sesc de Dança segue com a vocação de fomentar a dança contemporânea por meio de uma programação que contempla um panorama nacional e estrangeiro de sua produção e das investigações que a linguagem suscita. Durante 11 dias, a 11ª edição do festival internacional oferece ações cênicas e formativas nas quais público e artistas compartilham experiências e visões. Realizada até 22 de setembro em Campinas-SP, o festival apresenta um panorama diversificado da produção artística em dança contemporânea.
Não apenas a unidade do Sesc, mas outros locais da cidade de Campinas, como a própria rua, se tornam um campo aberto para manifestações artísticas que têm o corpo como principal plataforma de expressão. São coreografias, instalações e performances entre estreias e obras de repertório de companhias e artistas vindos de vários cantos do Brasil e de países como Alemanha, Argentina, Colômbia, Coreia do Sul e Portugal. Além das obras, a grade de atrações contempla pontos de encontro para a troca de inquietações que possibilitam a expansão de questões estéticas e políticas pertinentes ao atual cenário da dança contemporânea.
Os espetáculos articulam assuntos como a capacidade de resiliência humana e a invisibilização de corpos marginalizados, e os reverbera para além do espaço cênico. A dança revela corpos que carregam memórias e identidades, exploram fisicalidades, revisitam o passado, agem de forma crítica ao presente e refletem sobre formas de futuro não apenas no tablado, mas também com os pés no asfalto. Em cena e fora dela, circulam corpos que resistem atentos à cruel urgência dos tempos.
Abertura da Bienal
A abertura trouxe um espetáculo grandioso Coreano, no último dia 12 de setembro. O espetáculo misturou jovens bailarinos com vovós coreanas. Dancing Grandmothers (Avós Dançando) traz camponesas, cabeleireiras, comerciantes e idosos para a dança.
Assinado pela coreógrafa sul-coreana Eun-Me Ahn, o espetáculo mistura K-pop, disco a vida cotidiana dessas pessoas. O uso de vídeos e projeções dão tom ao espetáculo que abriu a Bienal SESC de Dança. Ao final, o público acabou no palco, em uma forte referência ao que o e vento pretende: uma mistura de nações, ritmos e pessoas de todas as partes e estilos – sem preconceitos.
Saiba mais: https://bienaldedanca.sescsp.org.br/
*Kyra Piscitelli, viajou a Campinas a convite da Bienal