SÃO PAULO – Há pouco mais de uma semana, O Teatro Vivo anunciou seu novo curador artístico, o competente André Acioli – também curador do Teatro Eva Herz e administrador do Teatro Porto Seguro –, prometendo uma série de mudanças e, também, anunciou o primeiro espetáculo de sua gestão: trata-se de Céus, a última peça da tetralogia do autor libanês-canadense Wajdi Mouawad, segunda montagem brasileira do autor dirigida por Aderbal Freire-Filho – a primeira, Incêndios, protagonizada por Marieta Severo e, também, dirigida por Aderbal, ganhou o Prêmio Aplauso Brasil de Teatro na categoria Melhor Elenco.
A tragédia em Céus ocorre quase nos moldes aristotélicos de espaço, a não ser pelas conexões de redes sociais que cruzam os céus da unidade francófona em que, especialistas em criptografia tentam desvendar um código secreto de uma rede terrorista que pretende atuar em diversos pontos do mundo. Além das trocas de informações pelas redes sociais desse grupo terrorista, também, uma rede social serve de “local” de encontro entre um pai e seu filho que estuda.
O desfecho da trama coloca em xeque uma série de assuntos para se refletir: o amor filial, a falta de tempo para se estar com a família, pré-conceito de que terrorismo é sinônimo de muçulmano etc., mas para se ter o impacto que o espetáculo pretende causar é necessário conferi-lo.
Céus, como comenta o autor no prefácio à edição portuguesa, “se eu estava consciente de que Céus era a última parte de uma tetralogia começada com Litoral, Incêndios e Florestas, não podia duvidar de que a sua conclusão ia ser, não uma palavra, mas um grito. É de fato um grito indistinto que se ouve nos últimos instantes de Céus. Esse grito encerra o Sangue das Promessas”.
“É um espetáculo com um tema atual, provocativo, e que traz também novos talentos da cena cultural brasileira, em linha com a nova proposta do Teatro Vivo”, destaca o curador André Acioli.
Segundo o ator e produtor do espetáculo Felipe de Carolis,
“Infelizmente o terrorismo cresce assustadoramente e a peça se torna mais e mais atual. Mas é muito importante prestar atenção neste autor fabuloso, na maneira como ele apresenta o tema principal da peça, expondo feridas como a descriminação religiosa, o preconceito com a possível inteligência jovem, a sensibilidade do homem moderno e a força da cultura nas gerações futuras”.
O ator Felipe de Carolis e Isaac Bernat, que estavam no elenco de Incêndios, dividem a cena com Karen Coelho, Marco Antônio Pâmio e Rodrigo Pandolfo.
SOB NOVA DIREÇÃO
“Acreditamos que as artes cênicas são uma importante forma de conexão, por isso queremos que o Teatro Vivo traduza nosso posicionamento de marca “Viva menos do mesmo”, incentivando as pessoas a viverem diferentes experiências e a se abrirem a novas descobertas. Queremos continuar valorizando atores e diretores já consagrados no mercado e ao mesmo tempo abrir espaço para uma nova geração de artistas”, revela o CEO da Vivo, Christian Gebara.
Com o propósito de promover as mudanças em seu formato de atuação tanto na programação teatral bem como na utilização de outros setores do espaço em que está o teatro que Gerbara apostou na contratação de André Acioli como curador artístico, “um jovem talento que está nos apoiando nesta nova fase”.
Uma das novidades diz respeito a flexibilizar a grade de programação como, por exemplo, às 20h nas sextas-feiras àqueles que desejarem ir ao teatro direto do trabalho.
Próximo aos Shoppings Morumbi e Market Place, além dos edifícios comerciais que circundam a região, a estação Morumbi da linha Esmeralda da CPTM há poucos metros do Teatro Vivo oferece acesso fácil ao público que depende de transporte público para se locomover.
Pensando, também, em tornar acessível os espetáculos para um público de menor poder aquisitivo, André Acioli afirmou que “os valores de ingressos estão por conta das produções dos espetáculos, mas que serão bem-vindas promoções para o público”.
À SEGUIR
O investimento da Vivo para as artes vai da reforma do Teatro Vivo – com novos equipamentos de som e luz – , um novo café e um ambiente adaptado e moderno, também para exposições e shows. Com 13 anos de existência, esta é a primeira grande mudança no espaço, que já apresentou 54 espetáculos para mais de 250 mil pessoas. A capacidade do teatro permanece a mesma, 274 lugares, em um ambiente que aproxima artistas e plateia.
ALÉM DO EIXO RIO-SÃO PAULO
Para promover a cultura em todo o país, além dos espetáculos em cartaz em São Paulo, a Vivo seguirá promovendo apresentações em várias cidades brasileiras, como: Rio de Janeiro, Manaus, Vitória, Porto Alegre, Belo Horizonte, etc. De acordo com Acioli, produções de outros estados também poderão ter espaço no Teatro Vivo.
“Ao promover a circulação, valorizamos e democratizamos a cultura brasileira, seus produtores, diretores e artistas” finaliza Acioli.
Entre os espetáculos já confirmados estão: Num Lago Dourado, Um Bonde Chamado Desejo, Fulaninha e Dona Coisa, Os Vilões de Shakespeare e Master Class.
Ficha Técnica:
De Wajdi Mouawad Direção Aderbal Freire-Filho
Com Felipe de Carolis, Rodrigo Pandolfo, Marco Antônio Pâmio,
Karen Coelho & Isaac Bernat
Diretor assistente Fernando Philbert Cenografia Fernando Mello da Costa Iluminação Maneco Quinderé Figurinos Antonio Medeiros Direção Musical Tato Taborda Vídeos e projeto gráfico Radiográfico Visagismo Erica Monteiro
Assessoria de imprensa: Morente Forte
Direção de produção Amanda Menezes Produção executiva Juliana Cabral Coordenação geral Maria Angela Menezes Produção Tema Eventos Culturais e E-MERGE
CÉUS
Teatro VIVO (274 lugares)
Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 (antigo 860) – Morumbi Informações: 3279.1520 e 97420.1520
Bilheteria: de terça a domingo, a partir das 14h. Aceita todos os cartões de crédito e débito. Acessibilidade: 6 lugares para cadeirantes, 2 lugares para mobilidade restrita e 2 cadeiras para obesos. Vallet: R$ 25. Facebook: facebook.com/vivoencena – Instagram: @vivoencena
Vendas: www.ingressorapido.com.br e 4003.1212
Sexta às 20h | Sábado às 21h | Domingo às 18h
Ingressos:
Sexta R$ 50 | Sábado e Domingo R$ 60
Duração: 110 minutos
Recomendação: 14 anos