Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (aplauso@gmail.com)

SÃO PAULO – Vinte e dois anos depois da montagem de Cabaret, dirigida por Jorge Takla, cuja estreia ocorreu no Teatro Procópio Ferreira, a atriz Claudia Raia consegue realizar um sonho antigo e subir ao palco do mesmo teatro na pele da prostituta Sally Bowles, protagonista do musical inspirado em romance de Christopher Isherwood, com música de John Kander e letras de Fred Ebb, nesta sexta-feira (28), sob direção de José Possi Neto.
Convidada para protagonizar a montagem de 1989, Claudia Raia teve que declinar do convite por causa de compromissos com a televisão, mas o desejo de interpretar a personagem não adormeceu.
“Foii uma corrida pelos direitos autorais esse tempo todo. Um dia eu cheguei para o (Sandro) Chaim e disse: – Você tem que me ajudar a conseguir os direitos de Cabaret. Preciso fazer Cabaret antes de estar andando de bengala. Ele topou, foi atrás e conseguiu. É uma produção cara de mais ou menos cinco milhões”, conta Claudia.
Segundo a atriz, Sally, sua personagem, “é uma dançarina de Cabaret bem enigmática. As pessoas a conhecem sob holofotes, sua vida dela é um mistério”. Fã inconteste de Liza Minelli, que interpretou Sally Bowles no longa homônimo de Bob Fosse (na década de 1970), Raia garante ter criado sua versão autoral da personagem.

“Para fazê-la eu quis sair da persona Claudia Raia ou de qualquer estereótipo. Eu parti da Liza, que eu amo e criei o meu jeito. Meu jeito de andar, de falar. E nisso o figurino e a maquiagem me ajudam muito, eu viro mesmo outra pessoa. Gosto muito de me “travestir”. É uma coisa louca! A Sally é viciada em Gin e eu não bebo, não sei o que é isso. É muito legal criar essa personagem”, conta a atriz.
José Possi Neto é quem coordena uma equipe de mais de 70 pessoas, entre atores, músicos e equipe técnica e confessa ter usado seus princípios criativos em pról do brilho de “Diva” que há em Claudia Raia.
“Nós (eu e a Claudia) nos paqueramos há muito tempo, mas esse encontro só aconteceu agora e foi a escolha perfeita”, diz José Possi Neto.
O diretor conta que os direitos obtidos para a montagem de Cabaret obriga, apenas, “preservar o coração da obra – seguir texto, música e linguagem – e no resto há a liberdade para fazer o que quiser, dar a sua roupagem, a sua cara. E a gente fez algo diferente, bacana”.
“Esse espetáculo é o primeiro que eu faço, de musical, em que a carga dramática é a mesma da carga da música. Os dois elementos tem a mesma importância. É uma história que se passa em Berlim, de 1931 para 32. E lá era o centro do furacão na Europa. Lá estava nascendo o Nazismo. A história tem uma carga psicológica e histórica enorme. E têm também histórias de amor e um humor, um cômico até meio negro é muito legal”, diz, entusiasmada, Claudia Raia.
Jarbas Homem de Melo faz o MC, “ele é o mestre de cerimônias do Cabaret KitKat. Ele comenta tudo que acontece lá e apresenta aquele mundo ao público. Ele é o responsável por essa triangulação com o público. E ele meio que é a sátira do espetáculo. É como se ele dissesse: – olha do que a gente é capaz?”, conta o ator.
Cabaret em números:
– 80 profissionais envolvidos, entre artistas e técnicos
– 150 figurinos (Claudia Raia usa 10 figurinos e tem 9 trocas de roupas durante o espetáculo)
– 40 perucas usadas pelo elenco
– 11 mesas que acomodam um total de 60 pessoas (do público) instaladas em cima do palco para formar o clima de cabaré
– 7 toneladas – peso do cenário
Curiosidades:
– A produção precisou importar 20 caixas de cigarros de alface, para Claudia, que é ex-fumante, usar em cena. Ela acende dois cigarros por sessão.
– O vestido que Claudia usa em Grana (Money), criado por Fabio Namatame, tem 20 mil pedras de cristais Swarovski bordados a mão.
Ficha técnica:
Texto: Joe Masteroff
Músicas: John Kander
Letras: Fred Ebb
Versão Brasileira: Miguel Falabella
Direção de Coreografia: Alonso Barros
Direção Musical e Vocal: Marconi Araújo
Direção Geral: José Possi Neto
Produção Geral: Sandro Chaim
Elenco: Claudia Raia como Sally Bowles e Jarbas Homem de Melo como MC.
Guilherme Magon, Julio Mancini, Katia Barros, Marcos Tumura e Liane Maya,
Alberto Goya, Alessandra Dimitriou, Carol Costa, Daniel Monteiro, Fabiane
Bang, Hellen de Castro, Keka Santos, Leo Wagner, Luana Zenun, Luciana
Milano, Marcelo Vasquez, Mateus Ribeiro, Rodrigo Negrini e Tomas Quaresma.
Cenário: Chris Aizner e Nilton Aizner
Cenógrafos Associados: Renato Theoblado e Roberto Rolnik
Figurino: Fábio Namatame
Iluminação: Paulo César Medeiros
Design de Som: Tocko Michelazzo
Visagismo: Henrique Mello e Robin Garcia
Programação Visual: Fuego
Realização: COART, Raia Produções e Chaim Produções
Patrocínio Máster: Banco BVA
Copatrocínio: Sul América Seguros e Previdência
Serviço:
Estreia: 28 de outubro (sexta-feira), às 21h30
Local: Teatro Procópio Ferreira (Rua Augusta, 2.823)
Horários:
Quinta-feira: às 21h
Sexta-feira: às 21h30
Sábado (duas sessões): às 18h e às 21h30
Domingo: às 18h
Ingressos: de R$ 40,00 a R$ 200,00
Ingressos por telefone: 4003-1212 ou pelo site:
www.ingressorapido.com.br<http://www.ingressorapido.com.br>
Bilheteria: Terça a quinta das 14h às 19h, sexta a domingo das 14h até o
início do espetáculo
Estacionamento conveniado:MultiPark- R. Augusta, 2673 (R$10,00) período de 4h. Retirada do selo do estacionamento na bilheteria.
Informações: (11) 3083-4475
Censura: 14 anos
Capacidade: 600 lugares
Duração: 2h30