Luís Francisco Wasilewski, do Aplauso Brasil (lfw@aplausobrasil.com)
SÃO PAULO – Durante os últimos dois anos, a Companhia Brasileira de Teatro realizou um trabalho de pesquisa e partiu para a estrada passando pelas cinco regiões do país com peças de seu repertório. Como primeiro resultado desta empreitada, chega aos palcos Projeto Brasil, um conjunto de performances criadas a partir da reflexão deste grupo de artistas que buscou olhar para o país e se deixar afetar por visões diversas. O espetáculo permanece no Espaço SESC até o dia 25 de outubro.
Em fevereiro de 2016, a encenação retorna a Curitiba para uma temporada de três semanas, entre os dias 11 e 28. No próximo ano, a companhia também levará Projeto Brasil para as outras quatro capitais que visitou na primeira fase do trabalho de pesquisa: Salvador, Manaus, Porto Alegre e Brasília, além de uma temporada em São Paulo.
Num palco dominado pelo preto, uma profusão de microfones espalhados pela cena compõe uma instalação. Tudo pronto para um discurso. É neste cenário que são realizadas as cenas independentes que compõem o Projeto Brasil.
Em pauta, são tratados temas como política, igualdade, consumo exacerbado, economia de mercado, ética, o âmbito descartável de nossa sociedade, o lugar onde nos encontramos. Outras questões recorrentes ao trabalho do grupo, como o papel do ator, do teatro e da arte, também permeiam a montagem.
Assumindo todos os riscos de criar um espetáculo a partir da decisão de olhar detidamente para o país, num momento como o atual, a Companhia Brasileira de Teatro encarou esta provocação artística com o rigor técnico, intenso apreço pela pesquisa e a inquietação que lhe são particulares. Com as viagens, as rotas percorridas, situações vividas, histórias e bibliografias lidas, o caminho foi aos poucos sendo construído.
“Desde o começo não queríamos falar explicitamente sobre o país”, conta o diretor Marcio Abreu. “Com o decorrer do trabalho, isto se concretizou: falar sem falar expressamente, tratar de outras coisas para tratar do Brasil. Esta outra dimensão de trabalho é um reflexo também da impossibilidade de falar sobre o país, num momento onde as coisas ainda estão acontecendo, numa velocidade muito grande”. A impossibilidade de dar conta de tudo por meio da palavra também refletiu no formato do espetáculo, com uma aproximação no rumo de outras formas de expressão como a performance”, completa.
O trabalho é uma criação coletiva de Marcio Abreu, Nadja Naira, Giovana Soar, Rodrigo Bolzan, Fernando Marés, Felipe Storino, Marcia Rubin e Ticiana Passos.
FICHA TÉCNICA:
Direção: Marcio Abreu
Elenco: Giovana Soar, Nadja Naira e Rodrigo Bolzan
Músico: Felipe Storino
Dramaturgia: Giovana Soar, Marcio Abreu, Nadja Naira, Rodrigo Bolzan
Trilha e efeitos sonoros: Felipe Storino
Assistência de Direção: Nadja Naira
Direção de Movimento: Marcia Rubin
Orientação de texto e consultoria vocal: Babaya
Iluminação: Nadja Naira e Beto Bruel
Cenografia: Fernando Marés
Figurino: Ticiana Passos
Adereços: Fabio Rodrigues e Jussara Santos
Direção de Produção e Administração: Cássia Damasceno
Produção Executiva: Isadora Flores
Produção e operação técnica: Henrique Linhares
Contrarregra: Kysy Fischer
Estagiária de produção: Amanda Nogueira
Transcrições: Henrique Linhares
Revisão de tradução: Kysy Fischer
Projeto Gráfico: 45JJ
Fotos: Elenize Dezgeniski, Marcelo Almeida e Nana Moraes
Cenotécnica: Anderson Quinsler, Nietzsche, Fabiano Hoffmann
Assistentes de cenotécnica: Sergio Ventura, Ricardo Teixeira, Jimmy Paes, Marcio Drosda
Montagem de luz: Roberto de Aguiar, Rael Couto, Adauto Cezar
Técnico de som: Chico Santarosa
Montagem de som: Tiago Bruel, Chico Santarosa, Eduardo Schotten, Mauri Silva
Artistas Colaboradores: Ranieri Gonzalez, Edson Rocha, Renata Sorrah, Cássia Damasceno
Oficinas de aprimoramento: Eleonora Fabião, Erelisa Vieira
Seminários: Eleonora Fabião, Mario Hélio Gomes de Lima, André Egg, Sandra Stroparo, Itaércio Rocha e Aly Muritiba.
Entrevistas e Encontros: Dona Eva Sopher, Hélio Eichbauer, Maestro Letieres Leite, Sr. Dimitri Ganzelevitch, Fabiano de Freitas e Teatro de Extremos, Favela Força, Bruno Meirinho, Ilê Ayê
SERVIÇO:
Projeto Brasil
Até 25 de outubro de 2015 (quinta a sábado as 21h, domingo 20h)
Classificação indicativa: 18 anos
Espaço Sesc
Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana, Rio de Janeiro – RJ, 22050-012
Telefone: (21) 3816-6200
Ingressos: R$20,00 (inteira) R$10,00 (funcionários da Petrobras com crachá e clientes Petrobras com cartão na compra de até 02 ingressos) R$5,00 (comerciários)