Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (Michel@aplausobrasil.com)

SÃO PAULO – Depois do incontestável sucesso da temporada 2012 e uma jornada de dois anos de turnê, a comédia Atreva-se, escrita por Maurício Guilherme e dirigida por Jô Soares, volta a capital paulista nesta sexta-feira (1º), no Teatro Sérgio Cardoso para uma curtíssima temporada – quatro semanas – a preços populares (R$ 10). Com público suoerior a cem mil espectadores e vencedor da primeira edição do Prêmio Aplauso Brasil de Teatro – Melhor Produção Independente, a elegância das mansões soturnas, lares de seres ambíguos e cercados por mistérios, sai das telas de cinema, sobretudo dos filmes noir que fizeram história na década de 1940, e ganham contornos farsescos neste hilário espetáculo.

Uma música cheia de pompa, feito aquelas que, no cinema, anunciam que a película vai começar, é a deixa para que a personagem de Mariana Santos, uma espécie de lanterninha que conduz a história, com seus flashbacks que darão o sentido final da trama, conquiste a cumplicidade da plateia.
Mariana conduz com segurança, agilidade de raciocínio, carisma e talento insuspeitos que demonstram que a comédia, pelo menos a de maior gabarito, é alicerçada pelo saudável exercício da razão. E os elementos que mesclam a espinha dorsal desta ficção de Maurício Guilherme mixados aos fatos cotidianos e a interação da atriz com a plateia exigem a participação ativa do espectador que, certamente, diverte-se bastante.
Os excelentes atores-comediantes Marcos Veras, Júlia Rabello e Carol Martini completam o elenco de Atreva-se, dando vida aos personagens que percorrem os diferentes períodos da trama. Será que tais personagens tem, entre si, alguma ligação? Será que as historias das pessoas que viveram na mansão tem conexão? Será que os vivos e os mortos realmente são o que são? Essas perguntas deixo a você, leitor que tiver o privilegio de assistir a este espetáculo, o sabor de descobrir as respostas.

Só adianto que Jô Soares conduziu cada concepção de personagem com minúcias que salientam a comicidade do texto. Os tipos criados pelos atores que vivenciam a história do “filme” apresentado, recebem cuidados esmerados na concepção física, gestual e prosódica.
O cenário de Chris Aizner, figurinos de Fábio Namatame, a luz de Maneco Quinderé a direção musical de Eduardo Queiroz, fotografia de Priscila Prade e a direção de arte de Natasha Precioso – seguindo nuances de preto e branco como se fosse um filme noir – dão o toque refinado e de muito bom gosto da produção assinada por Rodrigo Velloni.

Texto: Mauricio Guilherme
Direção: Jô Soares
Produção: Rodrigo Velloni
Elenco:
Marcos Veras
Júlia Rabello
Mariana Santos
Beatriz Morelli
Iluminação: Maneco Quinderé
Cenografia: Chris Aizner
Figurinos: Fábio Namatame
Direção Musical: Eduardo Queiroz
Fotografia: Priscila Prade
Colaboração de Texto: Luciana Sendyk
Locução em Off: Guilherme Sant’Anna
Produção Executiva: Giovani Tozi e Adriana Souza
Assistente de Produção: Daise Sena e Paula Fogagnolli
Administração Financeira: Vanessa Velloni
Assessoria Contábil: Service Keep Assessoria e Consultoria Contábil
Assessoria Jurídica: Martha Macruz de Sá
Realização: Velloni Produções Artísticas
Patrocínio: Atlas Schindler
Governo do Estado de São Paulo
Secretaria da Cultura
ProacSP
ATREVA-SE
Teatro Sérgio Cardoso
Rua Rui Barbosa, 153. Bela Vista
Bilheteria: 3288.0136
De segunda a sábado, das 14h às 17h, para vendas antecipadas. De segunda a domingo, das 14h até o início do espetáculo. Aceita todos os cartões.
Vendas: www.ingressorapido.com e 4003.1212
Sexta às 21h30 | Sábado às 21h | Domingo às 18h
Temporada Popular:
Sexta R$ 20 | Sábado e Domingo R$ 40
Duração: 75 minutos
Recomendação: 14 anos
Curta Temporada: de 1º até 24 de agosto