Nanda Rovere, do Aplauso Brasil (nanda@aplausobrasil.com)

SÃO PAULO- Meu Deus! traz aos palcos um fato inusitado: Deus está desesperado e procura uma psicóloga para fazer terapia. O texto é da dramaturga israelense Anat Gov. No palco, estão os atores Irene Ravache e Dan Stulbach, além de Pedro Carvalho, estreante no teatro. A versão brasileira é de Célia Regina Forte.
A peça chama a atenção do público em todos os lugares em que é encenada pelos diálogos ágeis e pela mistura de comédia e reflexão, numa história que coloca em xeque a relação entre Deus e os seres humanos.
A produção brasileira é assinada pela Morente Forte. Assim que leu a versão do texto em espanhol, Célia Forte ficou encantada com o conteúdo e convidou Elias Andreato, Irene Ravache e Dan Stulbach para integrarem o projeto.
A história se passa num dia na vida da psicóloga Ana (Irene Ravache), que recebe um telefonema de um homem desesperado (Dan Stulbach). Ele implora para que Ana o receba para uma conversa urgente. Diante de muita insistência, ela marca um horário, mas diz que só há vaga para uma consulta.

Assim que chega ao consultório de Ana, o misterioso homem apresenta-se como sendo Deus, e diz que está muito deprimido com a situação do Paraíso.
No texto, Deus é justo, bondoso e misericordioso, mas tem dúvidas quanto às suas ações e não está satisfeito com a humanidade. Com muito humor, ele tenta compreender a si mesmo.
Quando a psicóloga é procurada por esse homem que afirma ser Deus, ela acredita que ele é um louco e por isso acaba aceitando atendê-lo.
Segundo Irene, a sua personagem tem dúvidas quanto à veracidade de sua identidade, mas mesmo assim estabelece com ele um diálogo perturbador. Aos poucos, ele demonstra que está falando a verdade e Ana aproveita para fazer a ele perguntas das quais todos nós gostaríamos de saber as respostas, muitas delas banais.
Deus é humanizado e, a partir dessa improvável situação, o texto propõe várias discussões. Meu Deus! reflete sobre a Criação, as ações humanas e os castigos e punições que, teoricamente, o divino impõe aos humanos pelos seus atos.
A obra coloca em questão o papel da psicanálise, do teatro e das religiões, sem nenhuma ofensa às diferentes crenças. ¨Discute a fé no teatro¨, define o ator Dan, ressaltando que a autora retrata Deus de modo lúdico e imaginativo.
Para Stulbach, que é judeu, Meu Deus! questiona a nossa mitologia, a nossa criação e isso é mais importante do que a reflexão da existência ou não de Deus.
O diretor Elias Andreato define Meu Deus! como uma comédia inteligente, bem produzida e com bons atores. É uma fábula sem pretensão. ¨Só o fato de Deus estar em cena já é emblemático¨, diz.

A sua direção valoriza a delicadeza, a comicidade e a poesia do texto e respeita a tradução assinada por Célia Forte, que imprime humor e romantismo às cenas. ¨Temos o compromisso da comédia, mas não queremos fazer a plateia rir a qualquer custo¨, declara. ¨Nosso objetivo é divertir as pessoas¨, complementa Andreato.
O diretor acredita no sucesso do espetáculo, na medida em que falar sobre Deus e as suas dúvidas coloca em xeque a criação dos homens e as suas ações. Para ele, nesse mundo caótico em que vivemos, a necessidade do ser humano acreditar em alguma coisa é muito grande.
Ressalta que trabalhar com Dan Stulbach e Irene Ravache é um prazer, sobretudo porque Irene dá o tom exato da delicadeza contida no texto e tem um humor apurado.
Foi Andreato quem convidou Pedro Carvalho, que completa o elenco da montagem. O estreante ator vive o filho da psicóloga, um garoto autista que tem participações pontuais, mas essenciais para a trama.
Irene volta aos palcos após um longo tempo (o seu último trabalho no teatro foi A Reserva , de Marta Goes, em 2008).
Dan, por sua vez, diz que está num momento de sonho porque sempre admirou e acompanhou a carreira de Irene, além de ter sido dirigido por Elias quando foi convidado para substituir Cássio Scapin no espetáculo Visitando o Sr Green, ao lado de Paulo Autran.
Ficha Técnica:
Texto Anat Gov
Adaptação Jorge Schussheim
Tradução Eloísa Canton
Versão Célia Regina Forte
Direção Elias Andreato
Elenco
Irene Rache – Ana
Dan Stulbach – Deus
Pedro Carvalho – Paulo
Cenário Antonio Junior
Figurino Fause Haten
IluminaçãoWagner Freire
Trilha SonoraJonatan Harold
Assessoria de Imprensa Daniela Bustos e Beth Gallo – Morente Forte Comunicações
Programação Visual Vicka Suarez
Fotos João Caldas
Assistente de Direção Andréa Bassitt
Assistente de IluminaçãoAlessandra Marques
Assistente de Figurino Gabriela Marumoto
Assistente de Fotografia Andréia Machado
Assessoria Contábil Marina Morente
Assistente de Produção Celso Dornellas e Thaís Peres
Administração Magali Morente
Produção Executiva Kátia Placiano
Coordenação de Projetos Egberto Simões
ProdutorasSelma Morente e Célia Forte
Realização Morente Forte Produções Teatrais
Serviço
Meu Deus!
Teatro FAAP (500 lugares)
Rua Alagoas, 903 – Higienópolis.
Informações e Vendas: 3662.7233 e 3662.7234.
www.teatrofaap.com.br
Bilheteria: de quarta a sábado, das 14h às 20h. Domingo das 14h às 17h.
Aceita cartão de débito e crédito: Visa, Master ou Dinners. Não aceita cheque.
Estacionamento gratuito, com vagas limitadas. Acesso para deficiente. Ar-condicionado.
Sextas às 21h30 | Sábados às 19h e 21h30 | Domingos às 18h
Ingressos: Sextas R$ 60 | Sábados R$ 80 | Domingos R$ 70
Duração: 80 minutos
Recomendação: 12 anos
Estreia dia 28 de março
Temporada: até 27 de julho