Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)

SÃO PAULO – Em menos de uma semana, o povo brasileiro perde dois de seus mais sagazes, bem-humorados e completos pensadores, figuras basilares no desenvolvimento intelectual-artístico brasileiro: primeiro demos adeus a Chico Anysio, agora nos despedimos de Millôr Fernandes.
A mídia trabalhou fartamente a morte de Chico Anysio, de modo que sabemos dos fatos, nos resta apenas lamentar o passamento.
Jornalista, escritor, dramaturgo, tradutor – as mais belas traduções de Hamlet, de Shakespeare, e de O Jardim das Cerejeiras, de Tchekhov, que li, são assinadas por ele –, enfim, um pensador com tiradas de humor ferino e da máxima inteligência, Millôr Fernandes deixou o mundo dos mortais na noite de ontem e vive na mais soberana imortalidade.
Abaixo você lê a nota de pesar do Secretário de Estado da Cultura do Estado de São Paulo

Nota de pesar – Millôr Fernandes
Recebi, com muita tristeza, a notícia da morte do escritor e jornalista Millôr Fernandes. Como poucos, ele conseguiu mostrar seu brilhantismo em todos os gêneros em que atuou: nos desenhos, na dramaturgia, na literatura, na poesia, na tradução de clássicos mundiais e até nas breves e irônicas frases, marcadas pelo humor crítico. Seu talento único encontrou espaço tanto em grandes veículos de comunicação como na imprensa alternativa, já que foi um dos fundadores dos jornais “Pif-Paf” e “O Pasquim”. Hoje, perdemos a inteligência e a apurada visão do mundo de Millôr, mas fica sua contribuição para a cultura brasileira.
Andrea Matarazzo
Secretário de Estado da Cultura