Michel Fernandes, crítica publicada no Diário de São Paulo dia 18 de junho de 2011 (Michel@aplausobrasil.com)
Uma década depois de estrondoso sucesso com a comédia Tango, BmEloy Araújo, sob direção assertiva de Bibi Ferreira – veterana diretora de comédias bem-sucedidas como Procura-se um Tenor e Qualquer Gato Vira-lata Tem Uma Vida Sexual Mais Sadia Que a Nossa –, o ator Edwin Luisi volta à cena com a hilária transexual Lana Lee para celebrar 40 anos de uma pródiga carreira seja na televisão (quem se esquecerá de sua personagem em A Escrava Isaura?) ou no teatro (Amadeus, Com a Pulga Atrás da Orelha, Eu Sou Minha Própria Mulher, entre outros).
Em cartaz até 26 de junho no Teatro do Shopping Frei Caneca, a peça gira em torno de uma família em que Daniel, o pai (Edwin Luisi), após abandonar seu lar por mais de dez anos, envia uma carta a sua ex-esposa, Clarice, dizendo que fará uma visita a ela e a a seu filho, o agora adolescente, Denis (Johnny Massaro) que só conhece o pai por foto. Os dois reagem revoltosamente ao aviso da visita surpresa, mas Clarice não consegue esconder que, mesmo depois de uma década e do abandono, sua paixão por Daniel.
Eis que, na data marcada para a visita, toca a campainha e uma mulher espalhafatosa e à beira de um ataque de nervos é atendida por Denis que, depois de cantá-la, finge ser um motoboy e sai.
A mulher à espera é Lana Lee (Edwin Luisi) que, antes de submeter-se a uma cirurgia de mudança de sexo, foi Daniel.
A partir da entrada de Luisi, todos os holofotes que regem nossa atenção se dirigem ao minucioso trabalho de composição do ator.Também é possível perceber o diálogo precioso entre uma diretora que conhece o ambiente cômico, talvez por herança genética (Bibi é filha de Procópio Ferreira, um dos mais populares atores de seu tempo), e um ator perspicaz e capacitado a servir-se dos instrumentos básicos ao ator: corpo, voz (modulações, ritmo, tonalidade etc.) e compreensão do texto.
A trama de Eloy Araújo não alça vôos ao terreno do ineditismo, ele fica no ambiente confortável daquele que utiliza elementos cômicos que deram certo em peças de outros autores.
Entre esses condimentos que são re-empregados estão as confusões da empregada e a aparição do namorado italiano de Lana, defendidos com talento pelos atores Carolina Loback e Carlos Bonow.
A apoteose final, com direito ao luxuoso show de Lana Lee, surpreende pelo luxo do cenário e a beleza da iluminação, à altura do talento de Edwin Luisi, cujos 40 anos de carreira, espero sinceramente, seja apenas um breve começo.
TANGO, BOLERO e CHA CHA CHA
TEATRO SHOPPING FREI CANECA (600 lugares)
Rua Frei Caneca, 569 – 6º andar – Consolação
Informações: (11) 3472-2229/ 2230
Bilheteria: Terça a domingo, das 13h às 19h. Em dias de espetáculo, até o início da apresentação.
Aceita os cartões de crédito Visa, Mastercard, Dinners e Amex. Débito: Redeshop e Visa Electron
Vendas pela internet: www.ingressorapido.com.br
Vendas pelo telefone: 4003.1212
www.tangoboleroechachacha.com.br | Twitter: @TangoBoleroCha
Sexta, às 21h30. Sábado às 21h. Domingo às 18h.
Ingressos: Sexta e Domingo – R$ 70 / Sábado – R$ 80
Duração: 95 minutos
Classificação Etária: 14 anos
Até dia 26.