Luís Francisco Wasilewski, especial para o Aplauso Brasil (lfw@gmail.com)

SÃO PAULO – Com texto e direção do jovem dramaturgo Leo Chacra, o espetáculo Esconderijo estreia dia 10 de fevereiro, sexta-feira, na Sala Experimental do Teatro Augusta, em São Paulo, às 21 horas.
O enredo desta montagem transita pelas paixões em suas diversas manifestações e pelas relações amorosas: Três histórias de amor são marcadas por desencontros e afetos perdidos. O elenco é formado por Aline Abovsky, Renato Bisoni e Lívia Prestes.
A história se passa na São Paulo de 1969, época do regime militar no Brasil. Esse momento político é somente o pano de fundo para contar a história de Juliana, uma jovem ativista política que, após uma traição, busca refúgio na casa de Marina, ex-mulher de seu namorado Pedro (personagem que não aparece fisicamente em cena).
Elas amam o mesmo homem. Confinada no mesmo espaço com a rival, a protagonista vive um clima de suspense e mistério.

Segundo Leo Chacra, a referência aos “anos de chumbo” é apenas o fio que conduz as personagens à convivência forçada.
“A história poderia ser em outro contexto, em qualquer época, em qualquer lugar do mundo. Esconderijo está mais para a linha freudiana que marxista; fala mais de amor que de socialismo, de sentimento humano que nacionalista”. Chacra ainda explica que o texto traz uma visão pessoal sua da época de repressão política, de forma distanciada, sem levantar bandeiras. “Falo do amor livre, da relação aberta, da resistência às causas e às pessoas”.
O foco da peça está no âmbito privado, na intimidade de Juliana, Marina, Pedro e Fred.
O diretor/ autor salienta que a encenação brinca com os sentimentos das personagens, aplicando uma lente de aumento no âmbito privado de suas vidas.
No cenário, três poltronas são dispostas aleatoriamente representando tanto a casa de Marina como o apartamento de Fred. De forma nada conceitual, folhas de papel, jornais e livros são jogados pelo cenário, compondo uma atmosfera literária. Também um aparelho de telefone e uma máquina de escrever ajudam a simbolizar a liberdade tão ansiada.
“O ambiente lembra um jovem que saiu da casa dos pais, um jovem país em formação ou a desconstrução das coisas, nos anos 60”, justifica o diretor.
O figurino remete, sutilmente, à moda do final dos anos 1960 e traz para a peça uma atmosfera de nouvelle vague, de tropicalismo.
“Quero pincelar o mundo antes do eletrônico, antes da internet”, diz Leo.
A trilha sonora passa pelo instrumental, folk music, rock clássico e tropicalismo. O diretor busca a força da sonoridade e dos acordes, para pontuar a simplicidade da vida ou a complexidade dos sentimentos.
“Estou muito feliz dirigindo. Acho que o trabalho fica ainda mais autoral”, finaliza Leo Chacra.
Ficha técnica
Espetáculo: Esconderijo
Texto e direção: Leo Chacra
Elenco: Aline Abovsky (Marina), Lívia Prestes (Juliana) e Renato Bisoni (Fred)
Cenário: Leo Chacra
Iluminação: Fábio Ferretti
Figurino: Geondes Antonio e grupo
Programação visual: Suzy Suzuki
Produção executiva: Geondes Antonio
Fotos: Fábio Ghrun
Serviço:
Estreia: 10 de fevereiro – sexta-feira – às 21h30 – Até 25/03
Local: Teatro Augusta (Sala Experimental)
Rua Augusta, 943 – Cerqueira César/SP – Tel: (11) 3151- 4141
Horários: sexta (21h30), sábado (21 horas) e domingo (19 horas)
Ingressos: R$ 30,00 (meia: R$ 15,00) – Gênero: Drama
Duração: 75 min – Classificação etária: 12 anos – Capacidade: 55 lugares
Bilheteria: 4ª a 5ª (14h às 21h), 6ª (14h às 21h30), sáb. (15h às 21h) e dom. (15h às 19h).
Reservas por telefone: 4ª a sab. (15h às 19h) e dom. (15h às 17h) – Aceita dinheiro e cartões (MC, D, V, RS e VE). Ingressos antecipados: www.ingressorapido.com.br (tel 4003-1212). Acesso universal.
Ar condicionado. Estacionamento conveniado no local – Site: www.teatroaugusta.com.br