
Maurício Mellone, para o site Favo do Melloneparceiro do Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)
Peça de Tom Kempinski, que levou o prêmio APCA/2010 de Melhor Atriz para Bel Kowarick,também indicada ao 23º Prêmio Shell de Teatro, fica no Tucarena até o dia 27 de fevereiro
Primeira direção da atriz Mika Lins, a peça Dueto Para Um, do inglês Tom Kempinski, voltou ao Tucarena e permanece em cartaz até o dia 27 de fevereiro. E o sucesso é mais do que merecido: Bel Kowarick, graças a sua interpretação da violinista que é obrigada a abandonar a carreira por ser portadora de esclerose múltipla, recebeu o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte)/ 2010 de melhor atriz, além de estar entre as atrizes indicadas ao Prêmio Shell de Teatro de São Paulo pelo segundo semestre (VEJA AQUI A LISTA COMPLETA DOS INDICADOS).
A peça inicia com a primeira sessão de análise de Stephanie

Abrahams com o renomado psiquiatra Dr. Feldman, vivido por Marcos Suchara. Serão seis encontros entre eles, em que o público vai se inteirando da doença da musicista, do processo terapêutico e, principalmente, do embate que se estabelece entre médico e paciente. Stephanie passa por diversos processos internos, desde a euforia com planos novos como professora, a negação de sua depressão, a tomada de consciência do real estágio da doença, a fuga total com sua ausência das terapias até o reconhecimento de que o psiquiatra só deseja auxiliá-la a vislumbrar nova perspectiva de vida.
O enredo é baseado na história real da violoncelista inglesa Jacqueline du Pré, casada com o pianista e maestro Daniel Baremboim, que os 28 anos foi obrigada a deixar a

carreira em virtude de portar esclerose múltipla, uma doença neurológica crônica degenerativa, que provoca fraqueza muscular, rigidez e dores articulares, além de descoordenação motora. Tudo o que inviabiliza a carreira de um músico.
O texto de Kempinski não dá trégua ao público e a tensão é progressiva. O cenário de Cassio Brasil (o palco gira em consonância com o embate vivido pelos personagens), a música de Marcelo Pellegrini e a iluminação de Caetano Vilela só intensificam esse tom reflexivo e questionador proposto pelo autor.
Mais do que discutir as consequências da doença, a peça questiona a perda e como as pessoas podem reagir quando o horizonte parece ter desaparecido de suas vistas. A violista, numa das sessões, diz ao terapeuta que seu mundo é a música: ela não é o seu ganha-pão, mas sua vida.
Quantas vezes eu não me senti exatamente como a personagem, com a sensação de que (parte) da minha história de vida tinha se esvaído com a perda do meu amor!
No entanto, o alento e a esperança vêm com a última frase proferida pelo médico, logo após a paciente reafirmar que deixaria o tratamento: “Semana que vem, na mesma hora!”.
Fica nítida a intenção terapêutica, tanto para a paciente como para toda a platéia: a luta pela vida não tem fim!
Roteiro:
DUETO PARA UM
Texto: Tom Kempinski. Tradução: Ana Saggese.
Direção: Mika Lins.
Elenco: Bel Kowarick e Marcos Suchara.
Cenografia :Cássio Brasil.
Iluminação: Caetano Vilela
Trilha sonora: Marcelo Pellegrini
Fotos: Caio Guatelli.
Produção Executiva: Roberta Koyama Direção de Produção :Henrique Mariano. Duração – 90 minutos. Espetáculo recomendável para maiores de 14 anos. Temporada – Sextas-feiras e sábados às 21 horas e domingos às 19h30. Ingressos – R$ 40,00 (sábados); R$ 30,00 (sextas-feiras e domingos) e R$ 10,00 (alunos e professores da PUC-SP).
Serviço:
TUCARENA – Rua Monte Alegre 1024 – Perdizes (entrada pela Rua Bartira) – Fone:
(11) 2626-0938. Acesso para deficientes físicos. Bilheteria – De terça a domingo a
partir das 15 horas. Capacidade – 200 lugares. Estacionamento conveniado – Riti
Estacionamentos – Rua Monte Alegre 835 (R$ 10,00). www.teatrotuca.com.br
Até 27 de fevereiro.