Maria Lúcia Candeias, especial para o Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)

Diferente dos musicais que têm sido encenados por aqui, Evita é totalmente cantado. É uma espécie de ópera popular de muito bom gosto. Conta história da mulher de Juan Perón em detalhes peculiares. Dirigida pelo consagrado Jorge Takla (My Fair Lady; O Rei e Eu, West Side Story), Evita inova seu estilo, apresentando filmes e slides ao fundo, com extrema competência. Dá saudade de Buenos Aires, mesmo sendo da década de 1950. Mas o grande acerto do musical assinado por Tim Rice e Andrew Webber, em sua versão brasileira (de Cláudio Botelho), são os atores maravilhosos que o protagonizam.
O carisma de Paula Capovilla é assombroso. Impossível deixar de admirá-la e de embarcar em suas ações (ainda que cantando o tempo todo). Ela consegue uma empatia total com a plateia.
Fred Silveira, quem interpreta Che Guevara, também impressiona muito. Todo mundo sabe que Che nasceu na Argentina, mas teria ele participado da política do país na época? Não se sabe. De todo modo, colocá-lo como narrador e, por vezes, comentando as situações se mostrou um ideia brilhante na medida em que a peça se exime de criticar ou de elogiar a atuação dos caudilhos do período (também tivemos Vargas).
Daniel Boaventura se encarrega de Perón se sobressai menos, pois a peça enfoca sua esposa.

São quarenta e cinco atores (e ninguém desafina sequer uma nota), vinte músicos que compõem uma orquestra regida com maestria por Vânia Pajares que se encarregou da direção musical como um todo. Impossível não destacar os figurinos (são 350) do mais que tarimbado, Fábio Namatame.
Enfim, por essas e por outras não deixe de assistir.
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Assista ao Making-off do musical “Evita”
Evita
Direção geral: Jorge Takla
Versão brasileira: Cláudio Botelho
Direção musical e regência: Vânia Pajares
Coreografia: Tânia Nardini
Figurinos: Fábio Namatame
De quinta a domingo
Preços de R$ 40 a R$ 185
Até 31 de julho