Luís Francisco Wasilewski, especial para o Aplauso Brasil (aplauso@gmail.com)

RIO DE JANEIRO – Acaba de estrear o novo espetáculo do Grupo Galpão, Nós, sob direção de Márcio Abreu, da Companhia Brasileira de Teatro, no Teatro Sesc Ginástico (Av. Graça Aranha, 187 – Centro). O grupo mineiro segue em temporada até 10 de julho, de quarta a sábado, às 19h, e domingo, às 18h.
“Nós somos nós, esse coletivo que caminha para seus 34 anos de existência e nós, seres humanos e artistas de teatro para lá dos cinquenta, com suas perplexidades, questões, angústias, algumas esperanças e muitos nós”, explica o ator Eduardo Moreira, sobre o que o público pode esperar do novo trabalho do Galpão.
Em cena, Antonio Edson, Chico Pelúcio, Eduardo Moreira, Júlio Maciel, Lydia Del Picchia, Paulo André e Teuda Bara celebram a vida enquanto preparam a última sopa e debatem, sob um prisma político, questões do mundo contemporâneo.

A gênese do espetáculo começou em 2014, quando Marcio Abreu foi convidado para a direção de Nós.
Assim que começaram os ensaios em agosto de 2015, o diretor foi indagado sobre que tipo de espetáculo vislumbrava construir em parceria com o Galpão. A resposta foi direta e precisa: “um trabalho político”.
Segundo o artista, responsável pela direção de produções recentes como Krum e Projeto Brasil, ambas realizadas com a companhia brasileira de teatro, “o Galpão é um dos primeiros grupos de trabalho continuado, com patrocínio em longo prazo, planejamento, turnês internacionais e circulação por todo país”, e acrescenta: “em tanto tempo de estrada, o Grupo criou um centro cultural, o Galpão Cine Horto, onde muita gente se forma e se recicla, onde festivais acontecem, espetáculos de toda parte se apresentam, artistas se encontram, ideias são fomentadas e reverberam na cidade de Belo Horizonte e pelo Brasil afora. Por tudo isso, assumiu uma dimensão política e hoje pertence ao imaginário teatral brasileiro como uma referência”.
Esse desejo essencial norteou a elaboração de uma dramaturgia própria, criada a partir de improvisos. Os atores mergulharam ainda em diversas leituras de textos contemporâneos, como Programa de Televisão, de Michel Vinaver, e Ódio à Democracia, de Jacques Rancière, entre outros. Nesse contexto, a criação teatral seria um ato de pura incompletude, em que se faz necessário recomeçar sempre, mesmo que não se saiba nem como, nem por quê.
“Obstinado como o próprio “fazer teatral”, ofício de que não desistimos nunca e continuamos em frente, mesmo que os tempos pareçam demasiado sombrios. Ato pelo qual esperamos sempre reafirmar que seguimos vivos, ato de reinvenção”, completa, Eduardo Moreira.
TÉCNICA :
ELENCO
Antonio Edson
Chico Pelúcio
Eduardo Moreira
Júlio Maciel
Lydia Del Picchia
Paulo André
Teuda Bara
Direção: Marcio Abreu
Dramaturgia: Marcio Abreu e Eduardo Moreira
Cenografia: Play Arquitetura – Marcelo Alvarenga
Figurino: Paulo André
Iluminação: Nadja Naira
Trilha e Efeitos Sonoros: Felipe Storino
Assistência de Direção: Martim Dinis e Simone Ordones
Preparação musical e arranjos vocais/instrumentais: Ernani Maletta
Preparação vocal e direção de texto: Babaya
Colaboração artística: Nadja Naira e João Santos
Assistência de Figurino: Gilma Oliveira
Assistência de Cenografia: Thays Canuto
Cenotécnica e construção de objetos: Joaquim Pereira e Helvécio Izabel
Operação e assistência de luz: Rodrigo Marçal
Operação de som: Fábio Santos
Assistente técnico: William Teles
Assistente de produção: Cleo Magalhães
Confecção de figurino: Brenda Vaz
Técnica de Pilates: Waneska Torres
Fotos de divulgação: Guto Muniz
Fotos do programa: Fernando Lara, Gustavo Pessoa e Guto Muniz
Imagens escaneadas: Tibério França e Lápis Raro
Registro e cobertura audiovisual: Alicate Conteúdo Audiovisual
Projeto gráfico: Lápis Raro
Design web: Laranjo Design (Igor Farah)
Direção de produção: Gilma Oliveira
Produção executiva: Beatriz Radicchi
Produção: Grupo Galpão