Luís Francisco Wasilewski, do Aplauso Brasil (michel@aplausobrasil.com)
SÃO PAULO -Marco Nanini e Guel Arraes levam a obra do francês Georges Perec (1936-1982) pela primeira vez ao público brasileiro com a montagem de A Arte e a Maneira de Abordar seu Chefe para Pedir um Aumento, que chega à capital paulista nesta sexta-feira (1º), no Teatro do SESC Vila Mariana, depois de temporadas no Rio de Janeiro (aonde se apresentou em cinco teatros diferentes), Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Salvador, Manaus, Belém e Campinas.
O espetáculo tem produção de Fernando Libonati e comemora os 25 anos de parceria artística de Nanini e Guel.
‘É algo totalmente diferente do que estamos acostumados a fazer. O texto não tem narrativa, não existe uma história clássica, mas tem aquilo que sempre nos ligou: o humor’’, analisa Guel, em seu terceiro projeto teatral com Nanini, depois de O Burguês Ridículo (1996), co-dirigida por João Falcão, e O Bem Amado (2007), co-dirigida por Enrique Diaz.
“É como se a gente tirasse um tempo para respirar e experimentar”, reitera o ator, de volta aos palcos após o estrondoso sucesso de Pterodátilos (2010), cuja atuação lhe rendeu os prêmios 23º Prêmio Shell, APTR, , Faz a Diferença (Jornal O Globo), Revista Bravo Artista Prime do Ano, 5º Prêmio Contigo de Teatro, 4º Prêmio Revista Quem 2010 e Qualidade Brasil.
Desta vez, o desafio de Nanini recai na ausência de um personagem e, como disse Guel, na falta de um enredo tradicional. Em uma espécie de palestra de auto-ajuda – ou, como melhor define o diretor, anti-ajuda – o protagonista apresenta um intrincado manual combinatório de probabilidades para a hora em que vai procurar o seu chefe e pedir o esperado aumento. No decorrer das muitas tentativas, o texto sublinha o ridículo da situação e, ao retratar os meandros de uma grande empresa, ironiza a vida moderna e o mundo corporativo.
A montagem vai ao encontro de uma proposta que também marcou o trabalho de Guel e Nanini em outras épocas: a de apresentar e, por conseguinte, popularizar autores e obras da literatura ocidental. Foi assim com uma série de textos da série Terça Nobre da Rede Globo de Televisão, como O Alienista (Machado de Assis) e O Coronel e o Lobisomem (José Cândido de Carvalho), além de filmes como Lisbela e o Prisioneiro (Osman Lins) e O Auto da Compadecida (Ariano Suassuna).
A ARTE E A MANEIRA DE ABORDAR SEU CHEFE PARA PEDIR UM AUMENTO
De GEORGES PEREC, tradução: JOSÉ ALMINO.Direção: GUEL ARRAES. Com MARCO NANINI.Direção de Arte e Cenografia: BIA JUNQUEIRA.Iluminação: BETO BRUEL.Figurinos: ANTONIO GUEDES.Videografismo e Programação Visual: BATMAN ZAVAREZE.Trilha Sonora: BERNA CEPPAS.Direção de Produção: CAROLINA TAVARES.Produção: FERNANDO LIBONATI.Realização: PEQUENA CENTRAL DE PRODUÇÕES ARTÍSTICAS LTDA.SERVIÇO:De 1 de novembro a 1 de dezembro.Sextas e sábados, às 21h. Domingos e feriados, 18h. Local:Sesc Vila Mariana.Rua Pelotas, 141.Lotação: 611 lugares.Duração: 60 minutos.Venda pelo sistema INGRESSOSESC a partir de 25/10, às 14h. Não recomendado para menores de 12 anos. R$ 32,00 (inteira); R$ 16,00 (usuário inscrito no Sesc e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino com comprovante). R$ 6,40 (trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes). Bilheteria: Terça a sexta-feira das 9h às 21h30, sábado das 10h às 21h30, domingo e feriado das 10h às 18h30 (ingressos à venda em todas as unidades do Sesc). Aceita-se todos os cartões. Horário de funcionamento da unidade: Terça a sexta, das 7h às 21h30; sábados, das 9h às 20h30; e domingos e feriados, das 9h às 18h30. Estacionamento: R$ 3 a primeira hora + R$ 1 a hora adicional (matriculados no Sesc). R$ 6 a primeira hora + R$ 2 a hora adicional (não matriculados). 200 vagas.