Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (michel@aplausobrasil.com)

SÃO PAULO – A comunidade nacional de deficientes auditivos e seus simpatizantes tem o dia 26 de setembro, amanhã, como data para comemorar os que se comunicam de forma diferente da comum, seja por libras ou leitura labial. Tribos, de Nina Reine, dirigido por Ulysses Cruz, de volta ao TUCA, é um interessante impulsionador de reflexões sobre as limitações de cada um de nós. Mais especificamente, o espetáculo foge do assistencialismo e traz o embate entre de integrantes de uma família, cujo limite é compreender o que, realmente, é proteção da exclusão social e o que são as novas possibilidades de facilitar o processo de comunicação partindo de métodos que parecem nos colocar em “tribos”. Mas o que é a família senão uma tribo?
Bruno Fagundes interpreta, de forma magistral, o jovem Billy, um jovem surdo que convive com uma família – formada por Antonio Fagundes, Eliete Cigaarini, Guilherme Magon e Maíra Dvorek – que tem orgulho em usar como ferramenta única de comunicação com ele a leitura labial. Assim, acreditam eles, o protegem da guetificação, salvaguardando sua inclusão social. Contudo, ele conhece uma garota, vivida por Arieta Correa, que ensina libras a ele que começa a perceber novas e eficazes formas de “falar” e “ouvir”.

“O Billy me ensinou tudo sobre a luta pelos próprios direitos. Como um ser humano forte e determinado, ele o faz sem se vitimizar. Enfrenta de cabeça erguida as dificuldades, assume suas escolhas, mas como qualquer pessoa, é passível de erros, mau julgamento e ansiedades. Mas não resiste à sua verdade interna e vence. Eu o admiro muito”, pontua o ator Bruno Fagundes.
Pensando no “como se” stanislavskiano, convido Bruno a deixar uma mensagem como se fosse Billy:
“Acho que ele diria: corra riscos, faça o que for preciso, mergulhe no desconhecido, mas faça-se presente. Você existe e é pleno, lindo, forte e dono da sua própria história”, diz.
Tribos
Autor: Nina Raine
Tradutor: Rachel Ripani
Diretor: Ulysses Cruz
Elenco: Bruno Fagundes, Arieta Correa, Eliete Cigaarini, Guilherme Magon, Maíra Dvorek e Antonio Fagundes
Figurinista: Alexandre Herchcovitch
Cenógrafo: Lu Bueno
Iluminador: Domingos Quintiliano
Trilha: André Abujamra
Assistente de cenografia: Livia Burani e Moises Moshe Motta
Diretor de produção: Carlos Martin
Assistente de produção: Gustavo Souza
Realização: Tribos Produções Culturais
Assessoria de Imprensa: Coletiva Comunicação
Local: Teatro TUCA
Capacidade: 672 pessoas
Endereço: Monte Alegre, 1024 – Perdizes – São Paulo
Horários: sexta 21h30 / sábado 21h30 / domingo 18h
Fone: (11) 3670-8455
Estacionamento: R$ 18 (Rua Monte Alegre, 835)
Ingressos: sexta R$ 50 / sábado R$ 80 / domingo R$ 70
Classificação etária: 14 anos
Pontos de venda: bilheteria do Tuca (terça a domingo 14h às 19h / domingo 14h às 18h) ou www.ingressorapido.com.br
Mais informações: www.tribosnet.com e www.teatrotuca.com.br