Maria Lúcia Candeias, especial para o Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)

O que mais me encantou foi Dos Escombros de Pagu, porque embora já tivesse ouvido falar em Patrícia Galvão – a musa do movimento modernista de 1922- não conhecia direito sua história. Sabia que tinha sido esposa de Oswald de Andrade e que seu filho (criado pelo pai) foi professor da USP por dez anos e cineasta premiado. Mas o que mais encanta na peça não é tanto o enredo (autoria de Tereza Freire) e sim a delicada e inesquecível interpretação de Renata Zhaneta (melhor atriz pela APCA 2007).
Sempre de branco (figurino excelente de Gilda Bandeira de Mello), ela desliza pelo palco, falando com tanta singeleza de si própria que às vezes parece uma personagem, uma visão. É claro que a direção do conhecido Roberto Lage contribui muito para esses acertos assim como a iluminação, como sempre, competente de Wagner Freire.

Está em cartaz às quartas e quintas, às 21h na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Mesmo local em que nos fins de semana (de sexta a domingo) vale muito assistir O Estrangeiro, de Albert Camus, lindamente interpretado por Guilherme Leme.
Escrito em primeira pessoa, o livro, adaptado por Morten Kirkskov, conserva a característica de focar um homem ensimesmado, falando sem “lágrimas que correm pela face”, mas com as “que rolam pelo coração” como escreveu Guilherme de Almeida, e é muito difícil expressar isso em cena como o ator faz.
E faz muito bem, iluminado por Maneco Quindaré. Aliás, por falar em Maneco, ele está arrasando no Teatro Renaissance. Um espectador muito atento, que, como eu, não assistiu à primeira temporada no CCBB, ao se deparar com o enorme palco do teatro do hotel, vai ficar apreensivo. Um monólogo num espaço tão grande, ainda mais com um cenário que é uma cortina branca ao fundo, com pouquíssimos objetos à vista, é um perigo.
A culpa de tudo dar certo é da Berh Goulart que está até parecida com a autora retratada em Simplesmente eu, Clarice Lispector, adaptado por Beth Goulart e com supervisão de direção de Amir Haddad (a meu ver o melhor diretor do Rio).

Porém, sem a iluminação genial do outro carioca, não poderia nunca ser tão bom. O espaço é ocupado por luz e sombras e só; exceto num pequeno momento em que um vídeo preenche a sala. A gente fica pasma. Não deixe de ver, ainda mais se se preocupa com iluminação. É de cair o queixo vá ao teatro de sexta (21h30), ou sábado (21h), ou domingo (19h) e descubra os segredos do Maneco.
Dos Escombros de Pagu
Teatro Eva Herz (166 lugares)
Avenida Paulista, 2.073 – Conjunto Nacional/ Livraria Cultura
Informações: (11) 3170-4059 –www.teatroevaherz.com.br
Bilheteria: Terça a sábado, das 14h às 21h. Domingo, das 12h às 19h. Em feriado, sujeito à alteração. Aceita todos os cartões de crédito. Não aceita cheque.
Vendas pela internet: www.ingresso.com
Vendas por telefone: 4003-2330
Sextas e sábados, às 21h
Domingos, às 19h
Ingressos: R$ 50
Gênero: Drama
Classificação Etária: 14 anos
Temporada: até 18 de novembro
Dos Escombros de Pagu
Teatro Eva Herz (166 lugares)
Avenida Paulista, 2.073 – Conjunto Nacional/ Livraria Cultura
Informações: (11) 3170-4059 –www.teatroevaherz.com.br
Bilheteria: Terça a sábado, das 14h às 21h. Domingo, das 12h às 19h. Em feriado, sujeito à alteração. Aceita todos os cartões de crédito. Não aceita cheque.
Vendas pela internet: www.ingresso.com
Vendas por telefone: 4003-2330
Quarta e quinta, às 21h
Ingressos: R$ 30
Gênero: Drama
Classificação Etária: 14 anos
Simplesmente eu, Clarice LispectorTeatro: Teatro Renaissance
Endereço: Alameda Santos, 2233 / Jardins / SP
Informações: (11) 2122-4241
Site: www.teatrorenaissance.com.br
Venda de Ingressos:www.compreingressos.com
Capacidade: 466 lugares
Temporada: 17 de setembro a 19 de dezembro (sexta às 21h30 / sábados às 21h / domingos às 19h)
Valor: Sexta e Domingo R$50,00 / Sábado R$60,00
Classificação: 12 anos
Duração: 60 minutos