Maurício Mellone, editor do Favo do Mellone site parceiro do Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)

No monólogo Gandhi, um líder servidor, o ator vive o pacifista indiano e convoca a plateia a refletir sobre os princípios da não violência
São Paulo – Mais de 10 mil espectadores já conferiram ao monólogo Gandhi, um líder servidor em seus nove anos de temporada por todo o país, agora ele volta à capital paulista para uma temporada de três meses na sala Miriam Muniz do Teatro Ruth Escobar.
João Signorelli encarna com maestria o líder pacifista indiano: mesmo sendo muito mais alto do que Gandhi, o ator entra pelos fundos da sala de espetáculo com um cajado e graças a sua expressão corporal ninguém tem dúvida de que está diante da eminente personalidade histórica mundial.
Sob a direção de Paulo Moretti, o monólogo escrito por Miguel Filiage tem como base os discuros proferidos por Mahatma Gandhi em sua trajetória política em prol da independência do povo indiano. O texto enfatiza os princípios da não violência e da desobediência civil defendidos por Gandhi como meio de protesto e revolução.
Com referências históricas, como a famosa Marcha do Sal em que o líder conclamou a nação a protestar contra os desatinos dos britânicos que proibiam que os hindus produzissem o próprio sal, o texto traz muita pesquisa histórica e atualizações.

Em determinado momento, o ator se refere aos problemas que a Europa enfrenta hoje e sugere que a solução não seja novamente de forma a explorar asiáticos, africanos ou sul-americanos. A pregação de Gandhi sempre foi pela não violência, pela ética e pelo amor, em todo tipo de ação humana.
Num tempo em que convivemos não só com guerras (na Síria, hoje, acontece a inacreditável luta entre civis e defensores da ditadura) como também a violência urbana e atrocidades banais como os ataques a escolas, cinemas e templos viraram banalidades, a filosofia pacifista de Gandhi é mais do que bem-vinda. João
Signorelli, de maneira pausada, calma e invariavelmente com um largo sorriso no rosto transmite com fidelidade a postura e visão de mundo do estadista indiano.
Além da interpretação impecável e emocionada, Gandhi, um líder servidor se destaca pela montagem simples e enxuta, com poucos elementos cênicos, o que realça ainda mais o espírito sereno de Mahatma Gandhi. Espetáculo sensível e tocante.
Roteiro:
Gandhi, um líder servidor. Texto: Miguel Filiage, baseado nos discursos de Gandhi. Direção e iluminação: Paulo Moretti. Elenco: João Signorelli.Cenografia e figurino: Letícia Pirnez. Sonoplastia: Miguel Filiage e João Signorelli. Fotos João Britto
Serviço:
Teatro Ruth Escobar, sala Miriam Muniz (70 lugares),Rua dos Ingleses, 209, telefone 11 3289-2358. Horário: sábados às 19h. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Pagamento: com cartão (crédito e débito), dinheiro e cheque.
Vendas pelo site, www.ingresso.com.br ou na bilheteria (horários- quintas e sextas das 14h às 21h30, sábados das 10h às 23h e domingos das 10h às 20h). Classificação: 12 anos. Duração: 50 minutos. Temporada: até 24 de novembro.