Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (michel@aplausobrasil.com.br)
SÃO PAULO – Perdemos no primeiro sábado (3) deste 2015, o dramaturgo, roteirista, ator, diretor, enfim, o artista Chico de Assis, um dos fundadores, ao lado de Vianninha, Guarnieri, Zé Renato, entre outros, do Teatro de Arena, grupo responsável por alavancar o teatro nacional às discussões sociais.
Encontrado ontem em seu apartamento nos Jardins, bairro nobre paulistano, o corpo de Assis, segundo reportagens, não apresentava quaisquer marcas de agressão. Velado no Teatro de Arena, onde fundou o Seminário de Dramaturgia do Arena (SEMDA) que revelou talentosos dramaturgos, seu corpo foi levado para o Cemitério da Vila Alpina às 15h de hoje.
Chico de Assis completou 81 anos no último dia 10, mas deixa sua marca na história do teatro nacional seja pela fomentação à dramaturgia, pelos ensinamentos sobre as artes cênicas – desde 1965 ele tem o título de “Notório Saber”, concedido pela ECA/ USP –, por sua obra dramatúrgica e tele dramatúrgica.
Há mais de uma década, durante uma entrevista com a atriz Cristina Pereira, ela falou, com entusiasmo, da montagem inaugural de Missa Leiga, texto de Assis, e a forma como este afrontava a Ditadura Militar e a de Salazár, quando o Teatro de Arena levou a montagem para Portugal.
O legado de Chico de Assis atravessou décadas e, certamente, atravessará a história:
“Os ensinamentos dele me fizeram acreditar que o mundo poderia ser melhor com o teatro, que ali eu tinha a ferramenta pra discutir tudo que eu sempre me questionei”, contou emocionado o ator Henrique Santana, colaborador do Aplauso Brasil.
Evoé Chico de Assis!