Antonio Júnior, especial para o Aplauso Brasil (junior@aplausobrasil.com)

Depois de estrear no Rio de Janeiro em 2009, a comédia escrita por Ariano Suassuna, O Santo e a Porca, encenada pelo grupo carioca Limite 151 Companhia Artística, volta à cena, dessa vez em São Paulo, a partir desta sexta-feira (5), 21h30, no Teatro Anhembi Morumbi.
Vencedora do Prêmio APTR 2009 de Melhor Figurino (Ney Madeira) e indicada ao Prêmio Shell nas categorias de Melhor Atriz (Gláucia Rodrigues) e Melhor Figurino (Ney Madeira), a montagem traz como novidade a presença do ator Marco Pigossi, que interpretou o divertido Cássio na novela Caras & Bocas, em lugar de Armando Babaioff. Completam o elenco os atores Élcio Romar, Gláucia Rodrigues, Nedira Campos, Marcio Ricciardi, Janaina Prado e Nilvan Santos. A direção é de João Fonseca.
Depois do sucesso que foi no folhetim global, será a vez do ator Marco Pigossi retornar aos palcos encarnando novamente um personagem cômico. “Eu sou um grande fã de Ariano Suassuna. Acho o texto rápido, direto, engraçado e dinâmico. Meu personagem é muito divertido, mas o que mais me cativou foi a diferença entre ele e o Cássio. Acredito que todo ator procura fazer sempre personagens diferentes. Isso torna a profissão desafiadora e interessante”, disse o ator em entrevista por e-mail ao Aplauso Brasil.
O palco é um local de onde Pigossi não consegue se separar, até porque foi onde tudo começou. Segundo ele, essa volta está sendo bastante prazerosa e é uma forma de exercitar a sua versatilidade.
“O teatro alimenta o trabalho do ator, expande a imaginação e a criatividade. No teatro eu posso interpretar um velho, uma criança, uma mulher, um bicho, o que seja. Alguns veículos não têm essa liberdade.”
Em O Santo e a Porca, o ator interpreta Dodô, um bronco que só tem um objetivo na vida: casar com Margarida (interpretada pela atriz Janaína Prado). Disfarçado, ele vai trabalhar na casa do pai de sua amada. O seu desafio é interpretar um personagem que aparece de boca torta, com uma voz esquisita e ainda é manco. Assim como na novela, o ator pretende arrancar boas risadas do público.
Esse lado cômico,segundo contou, surgiu naturalmente, sem que ele esperasse ou planejasse.
“Nunca pensei se seria um ator cômico ou não, e nem acredito nisso. Acho que os atores têm que ter flexibilidade e interpretar todos os gêneros. Mas é sempre muito divertido fazer comédia, tem que se jogar mais, arriscar e, às vezes, até errar mais para acontecer realmente. O segredo é se divertir em cena. Pelo menos funcionou com o Cássio e espero que funcione com o Dodô”, contou.
História
A história criada por Suassuna gira em torno do avarento coronel Euricão Engole Cobra (Élcio Romão) que é devoto de Santo Antonio (o santo) e tem loucura por uma porquinha (a porca) de madeira que guarda um segredo que lhe é muito caro. Na peça, a avareza doentia de Euricão vai deixá-lo pobre e solitário. Caroba (Gláucia Rodrigues) é uma criada de Euricão, namorada de Pinhão. Para se casar com Pinhão, que trabalha para o milionário Eudoro (Marcio Ricciardi), a esperta empregada arquiteta um mirabolante, audacioso, confuso e hilário plano. Todos se deixam envolver nessa trama levando para um lado os “oprimidos” de todas as espécies e, de outro, os supostos opressores, Euricão e Eudoro. Como em outros textos de Ariano Suassuna, a simplicidade do trabalho permeia toda a ação dramática.
Marco Pigossi revela que esse é um dos maiores segredos de O Santo e a Porca: a simplicidade. E isso também pesa na hora de interpretar.
“O simples, muitas vezes, pode ser o mais difícil. A gente tem a mania de tornar tudo profundo, sentimental e visceral. O caminho oposto também é um desafio. Simples não significa que é fácil, é apenas uma outra maneira. O caminho para os dois é do mesmo tamanho e acho que precisa de dedicação e concentração, tanto para o simples como para o complexo”, revelou.
Depois de vários meses na TV, agora Marco Pigossi não esconde o nervosismo ao estrear a peça com a trupe da Companhia Limite 151.
“A expectativa é grande, porém tento me policiar. Tendo a ficar muito nervoso em estreias, seja no teatro, no cinema ou na TV. Isso me atrapalha muitas vezes. O ideal é concentrar e dar o seu melhor, e é isso que estou na cabeça até o dia da estreia. Acho que vai ser muito bom para mim como ator, e espero que seja muito bom para o público que for assistir”, finalizou.
Após a temporada em São Paulo, O Santo e a Porca, que foi selecionado pelo Programa BR de Cultura 2009/2010 (patrocínio da Petrobrás), irá realizar apresentações em mais 15 cidades brasileiras: Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Londrina, Ponta Grossa, Maringá, Joinville, Jaraguá do Sul, Blumenau, Itajaí, Chapecó, Lages, Porto União, Santa Maria e Caxias do Sul.
SERVIÇO
O Santo e a Porca, com a Companhia Limite 151
Estreia: 5 de março, às 21h30 até dia 25 de abril
Temporada: Sextas-feiras, às 21h30, sábados, às 21h e domingos, às 19 horas.
Ingressos: R$ 30,00 (de 6ª. a domingo). Patrocínio: Petrobrás.
Onde: Teatro Anhembi Morumbi (Rua Dr Almeida Lima, 1134, Mooca, região leste). Telefone: 2081-5924.
Capacidade: 746 lugares.
Duração: 70 minutos.
Ingressos pelo telefone – 4003-1212 ou pelo site www.ingressorapido.com.br.