Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (michel@aplausobrasil.com)
SÃO PAULO – Se você pensa que sua idade, condição física, classe sócio-econômica e qualquer outro fator que, na sua concepção, o impede mergulhar em seus movimentos e descobrir-se apto à arte da dança, recomendo que se inscreva na 3ª Oficina de Dança DanceAbility, promovida gratuitamente pelo Núcleo Dança Aberta, a partir de hoje.
Como diz o site do Núcleo Dança Aberta, “o projeto DanceAbility foi fundado por Alito Alessi e Karen Nelson nos Estados Unidos, em 1987. Sob a liderança de Alessi, esse projeto vem criando comunidades de dança integradas por pessoas de diferentes culturas e habilidades físicas nos EUA, Europa, América Central e América do Sul”.
Em 2005, pela primeira vez, ouvi falar no método DanceAbility. A coreógrafa e bailarina alemã, Gerda König, diretora de Via Sem Regra, espetáculo da DIN A 13 Tanzcompany (que integra bailarinos com e sem deficiência) fruto de um projeto com bailarinos brasileiros, entre os quais estava eu – relatou sua experiência com o método: “um dos participantes, cujo tipo de deficiência fazia com que tivesse muitos espasmos, serviu para Alito explanar a ideia central do DanceAbility. Bailarinos sem nenhum tipo de deficiência aparente foram convocados para reproduzir a qualidade do movimento do aluno com espasmos. A dificuldade de tais bailarinos deixou explícita a inversão sobre ao pré-conceitos de normalidade”, disse.
Em miúdos, não há o maniqueísmo de definições de “padrão” e “deficiente”, em lugar disso – e experienciei isso em 2007 durante um workshop intensivo ministrado pelo próprio Alessi – há uma paleta repleta de movimentos-matizes, possibilidades onde se imaginava incapacidade e, isso, o DanceAbility me ensinou.