Luís Francisco Wasilewski, do Aplauso Brasil (lfw@aplausobrasil.com)

RIO DE JANEIRO – Em E se elas fossem para Moscou?, baseada no clássico russo As três irmãs, de Anton Tchekhov, a autora e diretora Christiane Jatahy continua a sua investigação sobre as fronteiras na arte cênica e os limites entre o cinema e o teatro, cuja estreia é hoje, no SESC Copacabana.
Jatahy cria uma nova interseção entre as duas artes – filmando com a presença do público no teatro e, ao mesmo tempo, editando e projetando as imagens produzidas.
O resultado é uma peça e um filme feito ao vivo a partir do próprio espetáculo. Ambos são apresentados simultaneamente em dois ambientes do Espaço SESC Copacabana: A peça no mezanino e o filme na sala multiuso. A temporada acontece até o dia 27 de abril.

“É uma peça em que as câmeras fazem parte da dramaturgia, e também é um filme, com vários recursos cinematográficos. Não é teatro filmado”, esclarece Christiane Jatahy. “São dois espaços diferentes entrelaçados. No teatro, filmamos, editamos e mixamos ao vivo o que é visto no cinema. Simultaneamente, as duas artes coexistem, mais que isso, a peça e o filme se completam como obra. E o público escolhe de qual ponto de vista quer ver essa história”, conta Jatahy, que assina adaptação, direção e roteiro do projeto.
Escrita em 1900 e montada pela primeira vez em 1901, As três irmãs conta a história de Olga, Irina e Macha. Elas moram com o irmão em uma cidade no interior da Rússia e alimentam o sonho de voltar a Moscou, cenário das suas infâncias felizes. E se elas fossem para Moscou? é uma adaptação livre da peça, centrada apenas nas três irmãs. As atrizes Isabel Teixeira, Julia Bernat e Stella Rabello (Olga, Irina e Macha) vivem nos dias de hoje o drama de Tchekhov e compartilham com o público seus desejos e medos.
Os técnicos completam o elenco, interpretando personagens que cruzam suas atividades com a narrativa da história. Isso se faz essencial para integrar filmagem e cena teatral. Paulo Camacho (diretor de fotografia e câmera ao vivo) é Verchinin, Rafael Rocha (músico) interpreta André, Felipe Norkus (coordenação técnica de vídeo) e Thiago Katona (direção de palco) assumem diferentes funções também atuando. O projeto ainda conta com a colaboração artística de Domenico Lancelloti nas composições musicais e Marcelo Lipiani na direção de arte.
E se elas fossem para Moscou? é uma co-produção internacional com o CentQuatre, Paris. Depois da temporada no Rio de Janeiro, o projeto terá uma temporada no SESC São Paulo. No segundo semestre, a turnê internacional passará pelos principais festivais europeus.
Durante a temporada de E se elas fossem para Moscou? o Espaço SESC abrigará o projeto UTOPIA.DOC, no foyer do mezanino, com entrada gratuita. A instalação audiovisual já passou por Paris, Frankfurt e São Paulo. Filmados nas casas de pessoas de diferentes origens, os vídeos contam com a presença das atrizes da peça E se elas fossem para Moscou?
O projeto sofre transformações por onde passa. Em Frankfurt, por exemplo, envolveu alemães e imigrantes e teve a colaboração de importantes escritores brasileiros, já em Paris artistas franceses e brasileiros, e também imigrantes, participaram. A mais recente apresentação contou histórias de moradores da Grande São Paulo, centro migratório do Brasil.
FICHA TÉCNICA:
E se elas fossem para Moscou?, de Christiane Jatahy
A partir do texto As Três Irmãs, de Anton Tchekhov
Com Isabel Teixeira, Julia Bernat e Stella Rabello
Adaptação, roteiro e edição ao vivo: Christiane Jatahy
Direção de fotografia e câmera ao vivo: Paulo Camacho
Concepção cenário –Christiane Jatahy e Marcelo Lipiani
Direção de arte e cenário – Marcelo Lipiani
Figurino – Antonio Medeiros e Tatiana Rodrigues
Direção Musical – Domenico Lancelotti
Iluminação – Paulo Camacho e Alessandro Boschini
Músico em cena – Rafael Rocha (stand in – Felipe Norkus)
Projeto de som – Denilson Campos
Diretor de palco – Thiago Katona
Coordenação técnica vídeo e pintura de arte cenário– Felipe Norkus
Mixagem ao vivo – Francisco Slade
Assistente de direção e interlocução artística – Fernanda Bond
Assistente de cenário e produção de objetos – Paula Vilela
Consultoria de vídeo – Julio Parente
Projeto Gráfico – Radiográfico
Direção de produção – Tatiana Garcias
Coordenação de produção – Henrique Mariano
Assistente de produção – Náshara Silveira
Elenco de apoio no filme: Paulo Camacho, Rafael Rocha, Felipe Norkus e Thiago Katona
Colaboração no roteiro – Isabel Teixeira, Julia Bernat, Stella Rabello e Paulo Camacho
SERVIÇO: E SE ELAS FOSSEM PARA MOSCOU?
Estreia: 14 de março
Temporada: de 14 de março a 27 de abril.
Espaço SESC (Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana)
Informações: (21) 2547-0156 / www.sescrio.org.br
Peça – Mezanino
Cinema – Sala multiuso
Horário: De quinta a sábado, às 21h. Domingo, às 20h.
Duração: 100 minutos.
Capacidade de cada espaço: 60 pessoas no mezanino e 50 na sala multiuso
Classificação etária: 18 anos
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (estudantes e maiores de 60 anos ) e R$ 5 (associados SESC). O ingresso é válido para apenas uma apresentação – teatro ou cinema.
Instalação UTOPIA.DOC
Temporada: de 14 de março a 27 de abril.
Espaço SESC (Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana).
Informações: (21) 2547-0156 / www.sescrio.org.br
Horário: De quinta a sábado, das 15h às 20h. Domingo, das 15h às 19h.
Classificação etária: Livre.
Entrada franca