Nanda Rovere, do Aplauso Brasil (redacao@aplausobrasil.com)

SÃO PAULO- A Arte da Comédia mistura ficção e realidade para falar do teatro e do poder da representação. O texto é de Eduardo De Filippo, considerado o mais importante dramaturgo contemporâneo da Itália. A estreia é dia 11 de janeiro, às 21h00, no Sesc Santana. O numeroso elenco conta com Ricardo Blat, Thelmo Fernandes, Erika Riba, Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Celso André, Alex Pinheiro,Sávio Moll, Teresa Tostes, Poena Viana, Bruno Gonçalves, Sergio Somene e Renato Bavier.
A peça, que cumpriu temporada de sucesso no Rio de Janeiro, foi indicada às principais premiações da área das artes cênicas– Prêmio Shell, Prêmio Cesgranrio – e venceu a FITA 2013 – Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis, .
O texto apresenta a história de Orestes Campese (Ricardo Blat), dono da companhia teatral Barracão, que passa por sérios problemas financeiros após um incêndio.
Orestes busca o apoio do prefeito De Caro (Thelmo Fernandes) para salvar a companhia, mas tem o seu pedido negado. Como geralmente acontece, o governante não tem interesse em apoiar cultura.
Expulso do Gabinete, o artista recebe, por engano, os nomes das personalidades que se reunirão com a autoridade municipal naquele dia e resolve colocar o prefeito numa situação embaraçosa: sugere que atores do seu grupo de teatro podem estar infiltrados na lista de convidados.
A ideia de Orestes, decepcionado e irritado com o desdém do prefeito, é mostrar a força do teatro e que ele não acontece somente no palco, mas faz parte do cotidiano das pessoas.
Como De caro acabou de assumir o cargo, ele não conhece muito bem os habitantes da cidade e terá muito trabalho para identificar quem está interpretando e quem está falando a verdade nos encontros políticos do gabinete.
Para essa empreitada, conta com a presença do secretário Giacomo Franci (Gustavo Wabner), um puxa-saco, arrogante e dissimulado, mas também engraçado.

Diversas figuras entram em cena, apresentam detalhes de sua vida e pedem ajuda, como o médico do posto de saúde, o padre e a professora municipal . Lucia Petrella, interpretada por Erika Riba, por exemplo, é uma professora primária que pede para ser presa em virtude de um suposto crime que cometeu. Todos pensam que ela é louca.
Dividido em dois atos, o espetáculo traz na primeira parte reflexões sobre o papel do ator na sociedade, através do encontro entre o diretor da companhia de teatro e o recém-empossado prefeito. Já no segundo ato, o público acompanha o jogo teatral e o desespero do prefeito em tentar decifrar se as pessoas que passam pela prefeitura são reais ou personagens.
O diretor Sergio Módena assinala a atualidade do texto e destaca que a obra faz um pertinente paralelo entre a Itália de 1964, pós guerra, e o Brasil atual, ao questionar a importância do teatro perante outras supostas “prioridades” que uma autoridade deve se ocupar em períodos difíceis.
¨O artista no Brasil se depara constantemente com essa situação. Ele sempre precisa provar que o teatro (e todas as outras formas de arte) é parte vital do país e que os governos devem se ocupar dele de uma forma um pouco mais consciente¨, diz.
A direção de Módena prima pela simplicidade nos artifícios cênicos para que o ator seja o foco da cena e a percepção do público aflore com mais intensidade, na medida em que as dúvidas sobre o que é real ou imaginário na trama crescem a cada momento: “Optei por uma encenação realista, sem grandes efeitos e sem um jogo de cena que tentasse ilustrar o jogo proposto pelo autor. Se fizesse isso, eu estaria colorindo uma tela já pintada. O resultado é extremamente poético”, conta o diretor.
Sobre Sergio Módena
Bacharel em Artes Cênicas pela Unicamp, Sergio Módena é também formado pela École Philipe Gaulier, em Londres. Seus trabalhos mais recentes foram a direção das peças Sambinha, musical de Ana Velloso, A Revista do Ano – O Olimpo Carioca, musical de Tânia Brandão, As Mimosas da Praça Tiradentes (prêmio Shell de melhor ator para Gustavo Gasparani), musical de Gustavo Gasparani e Eduardo Rieche, além do show Paletó de Lamê. Adaptou o conto O Soldadinho de Chumbo, de H. C. Andersen, para o espetáculo O Soldadinho e a Bailarina, com Luana Piovani e direção de Gabriel Villela. Ao lado de Pedro Brício, dirigiu em 2008 o premiado espetáculo Cine-Teatro Limite. Atualmente dirige o espetáculo Ricardo III, de William Shakespeare, que estreiaem 10 de janeiro de 2014, no SESC Copacabana.
Ficha Técnica:
Direção: Sergio Módena.
Texto: Eduardo De Filippo.
Tradução: Marcio Aurélio.
Elenco: Ricardo Blat, Thelmo Fernandes, Erika Riba, Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Celso André, Alex Pinheiro, Sávio Moll, Teresa Tostes, Poena Viana, Bruno Gonçalves, Sergio Somene e Renato Bavier.
Cenografia: Aurora dos Campos.
Figurino: Antônio Medeiros.
Iluminação: Tomás Ribas.
Trilha sonora original: Gabriel Mesquita.
Produção trilha sonora: Fernando Lauria.
Programação visual: Mary Paz. Gestão do Projeto: Três! Ideias e Soluções Culturais – Gabriela Mendonça, Paula Salles e Renato Bavier. Realização: Trupe Fabulosa e Três! Ideias e Soluções Culturais.
Serviço:
A Arte da Comédia
SESC SANTANA – Av. Luís Dumont Villares, 579, São Paulo – SP. Telefone (11) 2971-8700. Capacidade do teatro: 337 lugares. Sextas e sábados, às 21h, Domingos, às 18h. Duração: 1h45. Classificação etária: 10 anos. Ingressos: R$ 24,00 (inteira). R$ 12,00 (estudantes, professores da rede pública, maiores de 60 anos e usuários do SESC), R$ 4,80 (comerciários). Formas de pagamento: dinheiro, cartão de débito e crédito. Bilheteria: de terça a sexta-feira, das 9h às 21h; sábados, das 10h às 21h; domingos, das 10 às 18h. Pontos de venda:todas as unidades do SESC ou no site www.sescsp.org.br.