
Maurício Mellone, para o site Favo do Mellone, parceiro do Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)
Sob direção de Leonardo Medeiros, peça traz Karin Rodrigues, Alessandra Negrini, Joaquim Lopes e Edson Montenegro nos papéis centrais
Se há algo de certo nessa vida é a morte. Por mais que todos saibam dessa máxima, poucos lidam

bem ou enfrentam essa verdade. O dramaturgo norte-americano Edward Albee tem a morte como tema em várias de suas peças e, em A Senhora de Dubuque, — texto inédito no Brasil que acabou de estrear no SESC Pinheiros, Teatro Paulo Autran—, novamente tem a finitude humana como centro da discussão.
Sob a direção do ator Leonardo Medeiros, a peça inicia com o casal Jo e Sam, vividos por Alessandra Negrini e Joaquim Lopes, recebendo em sua casa dois casais de amigos. Cansados do joguinho de adivinhações e com o nível alcoólico bem elevado, vêm à tona as desavenças, intrigas e conflitos entre eles. Jo, que está seriamente doente, não tem papas na língua e solta todas as verdades e venenos.
A princípio, por respeito ao estado da anfitriã, os amigos a poupam, mas o conflito é inevitável. Com a iminência da morte de Jo, o autor discute também como as pessoas reagem à perda; na maioria das vezes, há a negação da morte como uma estratégia de sobrevivência.

Se até então a trama estava dentro do realismo, ao amanhecer, tudo se inverte. Sam acorda e é surpreendido com a presença em sua sala da enigmática senhora Elizabeth e seu acompanhante Oscar, interpretados por Karin Rodrigues e Edson Montenegro. Dizendo-se mãe de Jo, Elizabeth é contestada pelo dono da casa. No entanto, Jo mesmo debilitada não hesita e, ao vislumbrar a senhora, corre para seu colo.
O que representa essa visita? Que senhora é essa? Elizabeth representa o que todos temem ou pelo menos tentam negar ou evitar? Mistérios, reflexões e indagações propostos por Albee, que são ressaltados nessa montagem de Leonardo Medeiros.
O cenário de Mira Andrade (destaque para o imenso sofá que lembra um esqueleto) e a bela iluminação de Beto Bruel reforçam o tom dramático e intimista de A Senhora de Dubuque.
Ressaltaria a presença sóbria e precisa de Karin Rodrigues na pele da personagem que dá título à peça e a atuação visceral que Alessandra dá para Jo. Destaque também para Edson Montenegro: o tom enigmático do acompanhe da velha senhora é bem evidenciado por ele.
Roterio: A senhora de Dubuque
Texto: Edward Albee
Tradução: Andres Santos Jr e José Paulo Fiks
Direção: Leonardo Medeiros
Elenco: (ordem alfabética) Alessandra Negrini, Carolina Manica, Edson Montenegro, Joaquim Lopes, Karin Rodrigues, Luciano Gatti, Patrícia Pichamone e Sergio Guizé
Cenografia: Mira Andrade
Figurino: Verônica Julian
Iluminação: Beto Bruel
Trilha Composta: Lulu Camargo
Projeções: João Paulo Azevedo
Fotos: Carol Sachs
Assistente de Direção: Valentina Lattuada
Direção de Produção: Luque Daltrozo
Realização: Daltrozo Produções
Serviço:
SESC Pinheiros. Teatro Paulo Autran. Rua Paes Leme, 195.
Temporada: até 06 de março
Sextas e sábados, às 21h e domingos às 18h
Duração: 120 minutos (sem intervalo)
Indicação de faixa etária: 14 anos
Capacidade: 700 lugares
Ingressos: R$ 32,00 (inteira); R$ 16,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, maiores de 60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) R$ 8,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)
Horário de funcionamento da Unidade – Terças a sextas, das 13 às 22h.
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h horas.
Horário de funcionamento da Bilheteria: Terça a sexta das 10h às 21h30.
Sábados das 10h às 21h30, domingos e feriados das 10h às 18h30.
Telefone para informações: (11) 3095-9400