Luís Francisco Wasilewski- Especial para o Aplauso Brasil (lfw@aplausobrasil.com)

SÃO PAULO – Quando Priscilla, A Rainha do Deserto chegou aos cinemas no ano de 1994, sua exibição foi responsável por uma bela revolução nos costumes.O filme de Stephan Elliott soube como nenhuma obra artística até hoje conseguiu, retratar as dores e as delícias da vida das drags queens que, na época, surgiam com grande impacto em uma sociedade sempre refratária à homossexualidade.
O filme Priscilla tornou-se um clássico. Venceu o Oscar de Melhor Figurino e sua trilha sonora tomou de assalto qualquer boa festa da época. Não tardou para que a Broadway descobrisse na obra uma boa trama para a criação de um musical.
Agora, por aqui, temos o privilégio de assistir a Priscilla, Rainha do Deserto, o Musical, em cartaz no Teatro Bradesco. Trata-se de um grande momento do nosso Teatro Musical. O aspecto superlativo da produção do espetáculo, poucas vezes foi visto em outras montagens brasileiras do gênero.
A montagem de Priscilla inquieta, enfeita e encanta os sentidos, seja pelo seu aspecto musical, como também, apelando, e muito, para a grandiosidade visual.
O ônibus, elemento fundamental da história, torna-se um objeto mágico em cena. Grandes efeitos plásticos surgem dele como a troca de cor e o aparecimento do interior do veículo.

Também causa arrebatamento o aparecimento do Coro de Divas suspensas sobre o palco. Elas, as divas, Simone Gutierrez, Lívia Graciano e Priscila Borges nos encantam também por suas vozes potentes.
Não é só plasticamente que o musical nos cativa. Está muito bem representada em cena a história dos três homossexuais que buscam nesta louca viagem resolver seus conflitos internos.
O público se comove com os dramas do transexual, interpretado com sensibilidade e humor por Ruben Gabira, a delicadeza de Luciano Andrey representando Tick e o hilário André Torquato compondo Adam, a drag desvairada. Isso sem esquecer Saulo Vasconcelos, um grande ator dos musicais paulistanos, que interpreta o mecânico Bob.
Não devem ser esquecidos os nomes de Tim Chappel e Lizzy Gardner, a dupla que recebeu o Oscar pelo filme e que repete com o mesmo êxito a exuberância na criação dos figurinos do musical.
As coreografias de Ross Coleman e Andrew Hallsworth que, no Brasil, receberam a supervisão da tarimbada Tânia Nardini, também engrandecem a montagem.
Priscilla, a Rainha do Deserto-o Musical merece ser saudado com todo o entusiasmo pela plateia. Ele é uma prova de fogo que atesta a maturidade dos nossos musicais.
Priscilla, Rainha do Deserto – O Musical
Teatro Bradesco – Bourbon Shopping São Paulo – Rua Turiassu, 2100, 3º piso, tel: (11) 3670-4100
Horários: quintas e sextas às 21h; Sábados às 17h e às 21h; Domingo às 16h e 20h
Ingressos: de R$ 40 a R$ 250
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