Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (michel@aplausobrasil.com)

A prof. Dra. Renata Pallottini, cujos trabalhos de pesquisa sobre dramaturgia, tem influência indiscutível, seja no meio acadêmico de língua portuguesa seja no de língua castelhana, idioma para o qual foi traduzido, disse no início dessa década, e está registrado no pequeno livro “O que é dramaturgia?”, coleção Primeiros Passos, que os paradigmas que sustentavam a dramaturgia canônica, caíram por terra após a Segunda Guerra Mundial, por volta do início da década de 1950. Quem leu ou assistiu “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, sentirá perfeitamente essa “ausência” do paradigma aristotélico, sobretudo no aspecto da unidade de ação, ou seja, o conflito dramático que alavanca o enredo.
Ouso pegar carona nesse sentimento de ausência de paradigmas – ou seriam camisas de força para deliberar o que é e o que não é permitido nos palcos e, também, fora da arquitetura palco-plateia mais habitual a nós – e propor a nós, gente de teatro, a questão: a primeira década do século 21 encontra-se numa crise paradigmática? Caminhamos para a conjunção corpo-voz-texto dramático-texto cênico sem limites sufocando a liberdade necessária à ( r ) evolução criativa?
E você, qual a (s) cara (s) do teatro na primeira década do século 21? Opine aqui. O diálogo é nossa base mais honesta.