Redação do Aplauso Brasil (redacao@aplausobrasil.com)

SÃO PAULO- Recusa, da Cia Teatro Balagan, volta a São Paulo para a quarta temporada paulista, que acontecerá a partir de quarta-feira (19), na Oficina Cultural Oswald de Andrade (OCOA), às 20h, com ingressos gratuitos. No palco estão Antonio Salvador e Eduardo Okamoto. A encenação é de Maria Thaís e dramaturgia de Luis Alberto de Abreu.
A montagem já circulou em 2013 por 18 cidades, 8 estados, todas as comunidades indígenas da cidade de São Paulo, além de Rondônia.
Depois desta temporada paulistana, retornará a Rondônia para apresentações em Porto Velho e Jí-Paraná (cidade onde um dos índios piripkura vive), Belém e Altamira no estado do Pará.
A ideia para Recusa surgiu a partir de uma notícia veiculada no Jornal Folha de S. Paulo, em 16 de setembro de 2008, sobre o aparecimento de dois sobreviventes de uma etnia considerada extinta há mais de vinte anos, os índios Piripkura..
Os índios foram encontrados em fazenda madeireira no noroeste do Mato Grosso, próximo ao município de Ji-Paraná, em Rondônia. Ambos se recusavam a estabelecer qualquer contato com os brancos.
Para a criação do espetáculo, integrantes da Cia Teatro Balagan passaram, em 2011, um período na aldeia Gapgir, junto ao Povo Indígena Paiter Suruí, em Rondônia. Além disso, em março de 2009, atores, dramaturgo, diretora, preparadora corporal e cenógrafo dialogaram com antropólogos e estudiosos da cultura ameríndia para investigar detalhes desse universo.
Também foi realizado o projeto O Trágico e o Animal, de julho de 2010 a junho 2011, dentro do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, em que foram mostrados estudos cênicos dos primeiros roteiros dramatúrgicos experimentados pela equipe nos ensaios.
No palco, dois atores narram a história de diversos personagens, entre eles: dois índios Piripkura; Pud e Pudleré; um padre que foi engolido por uma onça; um fazendeiro que, de modo surpreendente, matou um índio e esse mesmo índio o matou e uma cantora que se perde na mata. Personagens meio homens, meio bichos, que exploram diversos modos de construção verbal, que vão além da língua falada.
A fala, o gesto e o canto dos povos indígenas ganham vida e o espectador mergulha nas relações ameríndias; no encontro, no estranhamento, nas trocas e negociações estabelecidas entre esses povos e a cultura branca.
“O espetáculo é nossa via poética, de resistência artística e desloca nossas perspectivas sobre a idéia de extinção, finitude, história, civilização, identidade, alteridade, animalidade e humanidade”, afirma a diretora Maria Thaís.
Sobre a Cia Teatro Balagan
Balagan é uma palavra presente em diversos idiomas como o russo, o turco, o árabe e o hebraico. Pode significar teatro de feira, baderna, bagunça ou confusão. Desde seu surgimento, em 1999, a Cia Teatro Balagan formou-se como um núcleo de criação que reúne artistas o redor de uma prática teatral fundada na experimentação.
Em 1999, a Cia estreou o primeiro espetáculo, Sacromaquia. Desde então foram criadas outras quarto obras: A Besta na Lua (2003),Tauromaquia(2004-2006),Západ – A Tragédia do Poder (2006-2007) e Prometheus – a tragédia do fogo(2010-2012). Em 2007 e 2008, realizou o projeto Do Inumano ao mais-Humano que integrava duas ações de formação: uma voltada para os artistas da Cia e outra, à Formação do Olhar para o Teatro, voltada para o espectador. Dois dos temas pesquisados ali, Inumano-trágico e Inumano-animal geraram dois espetáculos respectivamente, Prometheus e Recusa.
Ficha Técnica:
Atuação Antonio Salvador e Eduardo Okamoto (ator convidado)
Encenação Maria Thaís
Dramaturgia Luis Alberto de Abreu
Cenografia e Figurino Márcio Medina
Iluminação Davi de Brito
Direção Musical Marlui Miranda
Preparação de Butoh Ana Chiesa Yokoyama
Assistência de Direção Gabriela Itocazo
Produção Executiva Claudia Miranda
Serviço:
Recusa
Oficina Cultural Oswald de Andrade
Rua Três Rios, 363
Bom Retiro – Centro
São Paulo
(11) 3222 2662/ (11) 3221 4704
Até 12/04 – quarta a sábado às 20h
Grátis
Ingressos gratuitos distribuídos com 30min de antecedência
Auditório
Capacidade: 50 lugares
Duração – 80 minutos
Indicação de faixa etária – 12 anos