Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (Michel@aplausobrasil.com)

Logo mais, a partir das 18h30 de hoje, na Livraria da Vila, o dramaturgo e diretor Samir Yazbek lança a edição impressa de sua peça As Folhas do Cedro, que estreou ano passado e recebeu o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Texto.
Em entrevista exclusiva a Michel Fernandes, Samir Yazbek fala sobre dramturgia,outros veículos de comunicação escrita,sobre seus projetos nacionais e internacionais.
Michel Fernandes- Você acredita no papel do texto dramático ter um valor de avaliação equivalente ao da literatura, ou só o podemos avaliar quando encenado?
Samir Yazbek – O texto teatral tem suas próprias características, que o diferenciam daquele escrito para ser apenas lido. É um texto criado para ser falado, encenado, ouvido, visto etc. Isso não impede, no entanto, que ele seja lido, sobretudo depois de já ter passado pela experiência do palco.

MF – Qual o traço principal que o conduz para a escrita de uma peça?
SY – Escrever uma peça é uma forma de reencenar o mundo, instaurar novos contextos, desestabilizar a ordem dominante, criar personagens capazes de nos transcender.
MF –Afinal, por que escrever para o teatro?
SY – Porque, no palco, sinto a vida pulsando.
MF – Como é sua relação com roteiros de cinema, TV, literatura de um modo geral?
SY – Sou um apreciador de literatura, em geral, e um aficionado por Cinema. Com relação à TV, posso dizer que pouco me entusiasma.
MF – Existe uma inquietação que dá unidade à sua obra?
SY – Creio que sim, mas é algo sutil, difícil de responder. Ou, talvez, seja preferível que eu não o faça, a fim de preservar o cerne da criação.
MF – Qual a importância em editar As Folhas do Cedro?
SY – É o registro de um espetáculo marcante em minha trajetória. Um trabalho libertador, tanto do ponto de vista pessoal quanto artístico, acolhido com grande entusiasmo pela crítica e pelo público.
MF – Quais e como estão seus projetos futuros?
SY – Junto com Helio Cicero, meu parceiro na Companhia Teatral Arnesto nos Convidou, preparo um projeto inspirado no mito de Fausto, com estreia prevista para o fim deste ano. Além disso, fui convidado para escrever um texto inédito para o Projeto Connections, do National Theatre – com extensão para o Conexões, no Brasil –, com estreia prevista para 2012, em Londres.