SÃO PAULO – Uma sociedade baseada na igualdade entre os gêneros e na liberdade religiosa conquistada pelo povo curdo, da região norte-nordeste da Síria, pela Revolução de Rojava, é o pano de fundo de Fóssil, cuja estreia será na próxima quinta-feira (9), 21h30, no Sesc Pompeia.
Idealizado pela atriz Natalia Gonsales, em cena ao lado de Nelson Baskerville, o espetáculo que tem dramaturgia de Marina Corazza e conta a história de Anna, uma jovem cineasta, em busca de patrocínio para um filme sobre a Revolução de ~Rojava, Uma revolução democrática-feminista da região norte-nordeste da Síria, em que cruza as histórias entre mulheres curdas torturadas na Síria com a memória das mulheres brasileiras durante a Ditadura Militar instaurada em 1964.
“Ao olhar para nós à luz dessa revolução, vemos as mulheres que nos geraram, e antes delas, as que geraram nossas mães, e antes delas, as outras, e as outras, e as outras e todas nós. Ao olhar para nós à luz da Revolução de Rojava, sabemos que queremos e que podemos acreditar em utopias por meio de um trabalho diário que deixe nascer outras formas mais justas e libertárias de se pensar e viver”, considera a dramaturga Marina Corazza.
Disposta a convencer o empresário Luiz Henrique a patrocinar seu filme, Anna argumenta sobre a importância sócio-política de seu projeto, mas o clima tenso se acentua expondo o papel contraditório de financiamento das artes por grandes empresas.
“Encenar a luta curda pela democracia revela contradições do sistema democrático ocidental que se apresenta na forma atual do patriarcado, sustentado pelo Estado e pela hierarquia. A forma de Estado-Nação aliado ao Capitalismo é um modelo baseado nas dominações de classe, gênero, etnia e religião associado à competitividade econômica, impossibilitando assim, que a nação alcance os objetivos de liberdade, igualdade e justiça social” explica Natalia.
A encenação de Sandra Corveloni propõe um encontro entre teatro e audiovisual tendo projeções sensitivas e trilha sonora original, criando um clima de sala de cinema, para falar da Revolução de Rojava ou Confederalismo Democrático do Norte da Síria.
“Fóssil tem uma dramaturgia bastante profunda, com camadas de informações e sentimentos que aparecem à medida em que o texto avança. A montagem que é ao mesmo tempo teatral e cinematográfica, nos leva a refletir sobre questões como os direitos das mulheres, a democracia, as fronteiras e a arte”, comenta.
FICHA TÉCNICA
Idealização: Natalia Gonsales
Dramaturgia: Marina Corazza
Direção: Sandra Corveloni
Com: Natalia Gonsales e Nelson Baskerville
Música Original: Marcelo Pellegrini
Desenho de Luz: Aline Santini
Figurino: Leopoldo Pacheco
Cenário: Carol Bucek
Videografismo e Videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)
Assistência de Direção: Felipe Samorano
Assistência e Operação de Luz: Pajeú Oliveira
Operação de som: Pedro Ricco
Projecionista: André Grynwask
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Assessoria de Midias Sociais: Barbara Berta
Fotos de Divulgação: Ronaldo Gutierrez e Haroldo Miklos
Registros fotográficos do Curdistão: Alexandre Auler, Fabio Braga e Virginia Benedetto
Agradecimento especial: Gabriel Chaim
Aulas sobre os conflitos do Oriente Médio: Reginaldo Nasser
Realização: Bem Casado Produções Artísticas
Direção de Produção: Leticia Gonzalez e Contorno Produções
Produção Executiva: Leticia Gonzalez
SERVIÇO:
Fóssil
De 09 de janeiro até 02 de fevereiro, quinta a sábado às 21h30 e domingo às 18h30
Espaço Cênico
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$9 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes), R$15 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$30 (inteira).
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93.
Não temos estacionamento. Para informações sobre outras programações, acesse o portal: sescsp.org.br/pompeia