Nanda Rovere, supervisão de Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (redacao@aplausobrasil.com)

SÃO PAULO- Tribos estreia sábado, (14), às 21h30, no Teatro Tuca. No palco estão Antonio e Bruno Fagundes, pai e filho que contracenam pela segunda vez no teatro, além de Arieta Correa, Eliete Cigaarini, Guilherme Magon e Maíra Dvorek, em peça escrita pela inglesa Nina Raine (Sem Pensar) e traduzida pela atriz Rachel Ripani. Com direção de Ulysses Cruz, figurinos de Alexandre Herchcovitch, cenografia de Lu Bueno e iluminação de Domingos Quintiliano, completam a ficha técnica do espetáculo.

A dificuldade de convivência entre as diversas ¨tribos¨ e as limitações dos seres humanos são discutidas através dessa obra, sucesso no Royal Court Theater, em Londres, e vencedor do New York Drama Critics, nos Estados Unidos.
Bruno Fagundes assistiu à Tribos em Nova York e se encantou pelo seu conteúdo. Desde o ano passado planeja montá-la e começou a estudar o seu personagem detalhadamente no começo deste ano.
O ator conta que mergulhou intensamente nas questões da surdez, entrando em contato com diversos especialistas sobre o assunto.
¨Estou falando como as pessoas são vistas e gostariam de ser vistas. Tem sido uma pesquisa maravilhosa¨, diz.

Billy (Bruno Fagundes) é o único surdo de sua família, que têm uma boa condição financeira e um nível de discurso considerável. O seu irmão Daniel (Guilherme Magon) é esquizofrênico e sua irmã Ruth, (Maíra Dvorek), canta ópera num pub.
A família é conduzida pelo pai, Christopher (Antonio Fagundes), que fala tudo o que pensa, ensina o filho a falar e ler lábios, e a mãe, Beth (Eliete Cigaarini), completa a família.
A peça tem o objetivo de ser politicamente incorreta para ressaltar que o preconceito está presente na sociedade, mesmo quando determinadas palavras ou ações são usadas para encobri-lo.

Todos esquecem a surdez de Billy, o qual se adaptou ao cotidiano que lhe foi imposto, sem que a sua individualidade seja respeitada e as suas limitações levadas em conta.
São pessoas que se amam, apesar das diferenças, e que não aceitam a realidade por medo de sofrer e até mesmo por preconceito e ignorância.
Quando Billy se apaixona por Sylvia (Arieta Correa), prestes a ficar surda, Billy começa a ter interesse em conhecer o mundo dos deficientes auditivos, mas o seu pai não aceita essa atitude. Os conflitos ficam acirrados.
Segundo Antonio Fagundes, a discussão central é a surdez do mundo, mostrada com muito humor.
¨A peça é um libelo contra o preconceito em geral¨, diz o ator.
¨A peça é o espelho da humanidade, espelho de como o ser humano transcende a sua precariedade, e a do outro, com amor¨, completa Arieta Correa.

Todo o elenco afirma que está se identificando com a trama e acredita que o público também irá perceber que as personagens estão muito próximos da realidade em que vivemos, com a ocorrência de situações parecidas com familiares e amigos.
¨Em algum momento a gente vê pontos disfuncionais em nossa família”, diz Eliete Cigaarini destacando que todos possuímos as nossas limitações.
O diretor Ulysses Cruz é amigo de longa data de Antonio Fagundes e já o dirigiu em diversas montagens: Macbeth, Fragmentos de um Discurso Amoroso, História do Soldado, Vida Privada e Oleanna. Há cerca de um mês começou a ensaiar o espetáculo e afirma que a peça “traz ideias novas e interessantes, na tentativa de melhoria da civilização. Fala com competência da família do século XXI e”, destaca, “que Tribos apresenta personagens perversos, os quais podem ser nossos vizinhos é nós mesmos¨.

O cenário, segundo o diretor, sintetiza, por meio de imagens icônicas, uma família típica do século XXI. O figurino, por sua vez, interpreta o universo dos personagens.
Coincidentemente, a estreia de Tribos será no mês dos surdos. A data será lembrada com sessão com acessibilidade no dia 28 de setembro.
Ficha Técnica:
Autor: Nina Raine
Tradutor: Rachel Ripani
Diretor: Ulysses Cruz
Elenco: Bruno Fagundes, Arieta Correa, Eliete Cigaarini, Guilherme Magon, Maíra Dvorek e Antonio Fagundes
Figurinista: Alexandre Herchcovitch
Cenógrafo: Lu Bueno
Iluminador: Domingos Quintiliano
Assistente de cenografia: Livia Burani e Moises Moshe Motta / Assistente de produção: Danny Cattan
Diretor de produção: Germano Soares Baía
Realização: Antonio Fagundes e Bruno Fagundes
Serviço:
Tribos
Local: Teatro TUCA
Capacidade: 672 pessoas
Endereço: Monte Alegre, 1024 – Perdizes – São Paulo
Horários: sexta 21h30 / sábado 21h30 / domingo 18h
Fone: (11) 3670-8455
Estacionamento: R$ 12 (Rua Monte Alegre, 835)
Ingressos: sexta R$ 50 / sábado R$ 60 / domingo R$ 50
Classificação etária: 14 anos
Pontos de venda: bilheteria do Tuca (terça a domingo 14h às 19h / domingo 14h às 18h) ou www.ingressorapido.com.br
Mais informações: http://www.tribos2013.com/ e www.teatrotuca.com.br