Michel Fernandes*, do Aplauso Brasil (Michel@aplausobrail.com)
Na tentativa frustrada de assistir ao musical É Com Esse Que Eu Vou , da dupla Moeller & Botelho, que era apresentado no teatro Guaira, tornou-se evidente a triste conclusão : o espaço não está preparado para receber pessoas de todas as possibilidades físicas, ou seja, os cadeirantes, como eu, estão excluídos por optarem os locais em que, ao menos, seja possível ver e escutar o espetáculo.
Lamentável que a direção do Teatro Guaira, um dos símbolos da capital paranaense (tal qual o Corcovado o é para o Rio de Janeiro), não tenha reparado que, além do respeito á Lei Federal que obriga a todos os logradouros públicos (espaços) ter acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, em casos específicos como esse, é recomendável o mínimo de bom senso. Não adianta escolher a pior localização da plateia para colocar o deficiente físico e excluí-lo do direito de ir e vir, que é comum a todos os cidadãos, a não ser que o local reservado seja realmente bom ( leia –se bom como o local em que barras não obstruam a visão do deficiente, a distância entre o local reservado e o palco seja razoável ,entre outros).
Na situação, deveras vexatória, houve transtornos que me impediram de continuar o alucinante ritmo que sigo durante o Festival de Curitiba e perdesse espetáculos programados para assistir no sábado, inclusive de voltar ao musical É Com Esse Que Eu Vou, pois a sensação de ser excluído realmente é bastante pesada.
Por isso peço que, antes do respeito apenas ás leis, seja levado em consideração o respeito que todo individuo merece e que a ele seja concedido o direito de desfrutar, em absoluto, o que o mundo pode oferecer.
*Michel Fernandes viajou a convite do Festival de Curitiba