Luís Francisco Wasilewski (lfw@aplausobrasil.com)

BRASIL – A atriz Dercy Gonçalves, que morreu em 2008 com mais de cem anos e esteve por quase um século ativa no teatro, cinema e televisão nacionais, está mais do que nunca em alta. Neste último mês do ano, dois grandes eventos mostraram a força de sua presença cênica no panorama e memória nacional: Virou mini-série da Globo, escrita por Maria Adelaide Amaral e dirigida por Jorge Fernando, que estreia amanhã, e, também, uma Tese sobre ela ganhou o Prêmio Capes de Teses 2010 em Artes, um dos maiores da pesquisa acadêmica no país.
Em 15 de dezembro último, as Artes Cênicas brasileiras ganharam nova projeção acadêmica. Pela primeira vez foram contempladas pelo Prêmio Capes de Teses, na área de Artes/Música.
A pesquisa premiada foi Dercy Gonçalves – o corpo torto do teatro brasileiro, de autoria de Virginia M. S. Maisano Namur, sob a orientação da Profa Dra Neyde Veneziano, da UNICAMP.
Na primeira versão do prêmio, em 2005, a honraria já passara por perto: Suely Master, professora do Instituto de Artes da UNESP, campus São Paulo, foi premiada na área de Fonoaudiologia com pesquisa acústica e perceptivo-auditiva da voz de homens atores e não-atores.

Desta vez, porém, o prêmio é especificamente das Artes Cênicas e mostra aos pesquisadores dois fatos importantes: que os estudos na área estão ganhando importância no panorama científico nacional, e que essa importância deriva, sobretudo, do interesse pela cena popular, ainda bastante carente de pesquisa séria e sem preconceitos no país.
Dercy Gonçalves, fenômeno de palco e de mídia que por muitos anos assustou os intelectuais brasileiros com o impacto de seu talento cômico singularmente popular, anuncia – quem diria? – um novo impulso da pesquisa brasileira na área cênica.
E você leitor, acha que existe preconceito nos estudos de gêneros como comédia, musical etc.?