Redação do Aplauso Brasil (redacao@aplausobrasil.com)

SÃO PAULO – A Casa de Bernarda Alba fica em cartaz até domingo (1º), no Teatro Cultura Artística Itaim. Sexta às 21h30, Sábado às 21h00 e Domingo às 18h30. É a última oportunidade para conferir um dos mais conhecidos e encenados textos de Lorca, que apresenta a história de mulheres confinadas a uma vida sem grandes perspectivas entre as paredes de uma casa sombria.
O texto de Federico Garcia Lorca é arrebatador. Garcia Lorca escreveu a obra durante a ditadura de Franco na Espanha e retrata um país devastado pela guerra e entregue a costumes arcaicos.
A vida na casa de Bernarda não é fácil. Ela controla as suas filhas – Angústias (Mara Carvalho), Madalena (Tatiana de Marca), Martírio (Victória Camargo), Amélia (Isabel Wilker) e Adela (Bruna Thedy) – e acredita que mantê-las presas na residência é a melhor forma de educá-las. Foi criada assim e age da mesma forma com as filhas.
Viúva do segundo marido, a matriarca decreta luto de oito anos. As suas filhas são obrigadas e acatar essa decisão, mas a cada momento as relações ficam mais insuportáveis.
As brigas são frequentes. Elas não têm como quebrar as amarras e por esse motivo as emoções estão à flor da pele. Um cotidiano dominado por vingança, fanatismo, machismo, inveja e a tirania materna.
Querem casar, ter filhos e anseiam por liberdade, mas são obrigadas a ficarem reclusas numa casa fria, antiga e com portas e janelas fechadas.
As mulheres ainda estão na flor da idade e planejam se casar, apesar de matarem os seus desejos e sonhos devido à severidade da mãe. Angústias (Mara Carvalho) é a mais velha e está noiva. Esse fato gera inveja e Adela, a irmã mais nova, começa a se encontrar com o noivo da irmã.
A traição vem à tona e uma tragédia deixará a Casa de Bernarda ainda mais triste e fria.
A obra de Lorca é retrata o cotidiano de uma sociedade tradicional e preconceituosa. A maneira como as patroas tratam as suas empregadas (Potência – Patrícia Gaspar e a criada – Fernanda Cunha) é um indício do quanto à sociedade é fechada e arcaica.
Elias Andreato assina um espetáculo sensível, minucioso nos detalhes que ressaltam a crueza da vida (cenário, luz, trilha, figurino), mas dá às atrizes o espaço necessário para brilharem em cena. Todas estão excelentes. O olhar é impactante, o semblante transmite toda a tristeza de uma vida sem liberdade e amor.
Os diálogos são entremeados por silêncios, os quais aumentam as tensões e enriquecem a trama, porque a alma dessas mulheres está dilacerada a tal ponto que já não há mais afeto nas relações que estabelecem entre si.
A Casa de Bernarda Alba marca os 50 anos de carreira de Walderez de Barros, atriz maravilhosa, que nos dá um show como Bernarda. Walderez tem uma força dramática ímpar. Uma potência vocal impressionante. Seu olhar magnetiza o espectador. A dor e o sofrimento de uma mulher, que nunca teve nenhum momento de leveza, que jamais deixou transparecer algum carinho pelas filhas, são vividos com maestria por essa atriz que está entre as grandes do nosso teatro.
O cenário e os figurinos são sóbrios. Somente Adela, a única que tem coragem de desafiar as ordens da mãe, usa roupas coloridas, mesmo assim escondido.
A trilha de Daniel Maia amplia os momentos de tensão e ressalta a sensualidade dessas mulheres, obrigadas a sufocar os seus sentimentos e respeitar os padrões da época.
Ficha Técnica
Texto Federico García Lorca
Tradução, Adaptação e Direção Elias Andreato
Elenco
Walderez de Barros Bernarda
Patrícia Gasppar Pôncia
Mara Carvalho Angustias
Victória Camargo Martírio
Bruna Thedy Adela
Tatiana de Marca Madalena
Isabel Wilker Amélia
Fernanda Cunha Criada
Cenário Fabio Namatame
Figurino Fause Haten
Iluminação Wagner Freire
Trilha Sonora Daniel Maia
Assistente de Direção Leandro Goddinho
Preparação Vocal Jonatan Harold
Preparação Corporal Gustavo Malheiros
Programação Visual Vicka Suarez
Fotos João Caldas
Produção Executiva Egberto Simões
Produtoras Selma Morente e Célia Forte
Realização Morente Forte Produções Teatrais
Serviço
A Casa de Bernarda Alba
Teatro Cultura Artística Itaim (303 lugares)
Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830 – Itaim
Bilheteria: 3078-7427
Televendas – 4003-1212 www.ingressorapido.com.br
Bilheteria: terça e quinta, das 15h00 às 19h00. Sexta e sábado das 15h00 até o início do espetáculo. Domingo das 14h00 até o início do espetáculo. Aceita todos os cartões de crédito e débito. Estacionamento conveniado no local, R$ 16.
Sextas às 21h30 | Sábados às 21h00 | Domingo às 18h30
Ingressos: Sextas e Domingos R$ 50 / Sábados R$ 60
Duração: 90 minutos
Recomendação: 14 anos
Gênero: Drama
Temporada: até 1º de dezembro