Michel Fernandes*, do Aplauso Brasil (michel@aplausobrasil.com)
Uma das mais acentuadas diferenças entre drama e tragédia é que, na última, o herói avança seu percurso até atingir o reconhecimento. Talvez Édipo, de Sófocles, seja modelar em sua essência, já que o mote da trama é, justamente, o processo de reconhecimento do causador da peste que aflige o povo tebano.
A história já é conhecida pela maior parte do público, o orgulho do protagonista de Édipo não escapa da fúria dos deuses e, em lugar dos louros colhidos ao decifrar o segredo da Esfinge, é assolado por uma manobra do Destino que lhe retira o trono e a paz, sobrando somente o pesado fardo que o oráculo já previra.
O que torna Édipo uma tragédia essencial, em diversos âmbitos, é a simplicidade como é contada. Enxuta, elegante, num registro de interpretação em que se prioriza o entendimento de cada sílaba do texto bem como sua emissão, a tragédia de Sófocles mostra sua força popular.
É com extremo prazer que fruímos atores do naipe de Elias Andreato (quem assina, também, a direção do espetáculo), Claudio Fontana, Tânia Bondezan, Romis Ferreira, Daniel Maia, Nilton Bicudo e Clóvys Torres.
Nova pérola no tesouro que marca a carreira desses artistas. A peça será apresentada às 21h de hoje, no Teatro Paiol.
*Michel Fernandes viajou a convite do Festival de Curitiba