Nanda Rovere, do Aplauso Brasil (nanda@aplausobrasil.com.br)

À Beira do Abismo me Cresceram Asas fica em cartaz no Teatro FAAP até 18 de agosto; sexta e sábado às 21h, domingo às 18h. A autoria é de Maitê Proença, baseada em texto original de Fernando Duarte. Supervisão de direção: Amir Haddad. Direção: Clarice Niskier e Maitê Proença. Com:
Luz.Cenário de Cristina Novaes. Desenho de Luz de Jorginho de Carvalho e figurinos de Beth Filipecki. Alessandro Perssan assina a trilha sonora. Direção de Movimento: Angel Vianna.
Maitê Proença criou o texto, que é baseado em pesquisas realizadas por Fernando Duarte em asilos sobre a velhice.
O texto tem citação de frases de escritores célebres, como Guimarães Rosa. A velhice e as relações humanas são os focos dos diálogos.
Muitas falam beiram o clichê, ressaltando o quanto a trajetória de quem reside num asilo é: solitário (devido à falta de atenção por parte dos familiares dessas pessoas).
A peça apresenta o encontro entre Terezinha (Maitê Proença) e Valdina (Clarisse Derzié Luz), de 80 e 86 anos de idade, respectivamente.
Personagens experientes e com personalidades diferentes, elas falam sobre diversos assuntos, como homens e mulheres, sexo e solidão. Tentam levar o cotidiano com bom humor e valorizando as coisas boas, apesar dos percalços que a vida reserva.
À Beira do Abismo me Cresceram Asas prima pela poesia e delicadeza. A amizade e a cumplicidade entre Terezinha e Valdina é tocante.
Terezinha é mais comedida: ¨é uma Laura Cardoso¨, segundo Maitê; já Valdina é espalhafatosa: e na opinião da atriz e autora, uma mistura de Dercy Gonçalves e Ivete

Sangalo¨.
O foco da direção está na bonita amizade das personagens, que contam as suas vidas para um invisível jovem que foi ao asilo colher entrevistas com as moradoras.
A rotina sem graça do asilo ganha brilho através das conversas dessas amigas que dividem as alegrias e tristezas. Valdina é festeira e com o seu bom humor faz com que Terezinha também tenha momentos divertidos.
Maitê e Clarice estão muito bem. Maitê transmite com precisão os sentimentos da sua personagem. O seu olhar é cativante e seu andar revela a idade avançada da personagem.
Clarisse não faz caricatura e transmite com competência a vontade que Valdina tem de aproveitar a vida, apesar da solidão e das barreiras físicas que a velhice oferece.
Em alguns momentos os diálogos são divertidos, em outros, a melancolia e a tristeza dominam a cena. As atrizes também protagonizam monólogos, mas osmelhores resultados da encenação acontecem nas cenas em que as atrizes contracenam.
O figurino é adequado às características das personagens. Terezinha usa roupas coloridas, mas sóbrias, enquanto Valdina usa tons mais ¨quentes¨.
O cenário é formado por duas cadeiras, e no fundo do palco, duas escrivaninhas e biombos transparentes delimitam os espaços do asilo e servem para pequenas mudanças no figurino durante a encenação.
Um jeito bonito de mostrar a beleza da vida é dar voz às pessoas mais velhas, que infelizmente nem sempre são tratadas com a merecida atenção e respeito. Neste sentido, À Beira do Abismo me Cresceram Asas faz uma bonita homenagem a quem já viveu muito e tem muito a nos ensinar.
Textos de Maitê Proença para o teatro
À Beira do Abismo me Cresceram Asas é a terceira peça de autoria da atriz. A primeira, Achadas e Perdidas, escrita em 2005, esteve em temporada no Brasil e Portugal. A segunda, As meninas, de 2009/10, escrita em parceria com Luiz Carlos Góes, foi premiada por melhor autor, figurino e ator coadjuvante pela APTR – Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro.
Ficha técnica:
Autora: Maitê Proença
Texto original: Fernando Duarte
Supervisão Direção: Amir Haddad
Direção: Clarice Niskier e Maitê Proença
Elenco: Maitê Proença e Clarisse Derzié Luz
Cenário: Cristina Novaes
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho
Figurinos: Beth Filipecki
Trilha Sonora: Alessandro Perssan
Direção de Movimento: Angel Vianna
Direção de Produção: Cássia Vilasbôas
Produção Executiva: Fernando Duarte
Administrativo Financeiro: Karime Khawaja
Realização: NOVE PRODUÇÕES
Serviço:
À Beira do abismo me crescem asas
Temporada: de 15 de junho a 18 de agosto de 2013
Local: Teatro FAAP – Rua Alagoas, 903 – Higienópolis – São Paulo-SP.
Horários: Sexta e Sábado 21h, domingo 18h
Preços: Sexta e Domingo R$ 70 Sábado R$ 80
50% estudantes, aposentados, idosos.
Duração: 75 minutos
Lotação: 506 lugares
Classificação Etária: 12 anos
Gênero: comédia dramática
Bilheteria: Rua Alagoas, 903. Venda efetuada com cartões de crédito Visa, MasterCard e Diners Club, de quarta a sábado das 14h às 20h e domingo das 14h às 17h. Em dias de espetáculos, até 1 (uma) hora antes do início dos mesmos.
Estacionamento: Nos dias de espetáculo, durante a semana, há estacionamento gratuito com vagas limitadas, e nos finais de semana e feriados, todos os carros estacionam gratuitamente.
Televendas: (11)3662-7233 e (11)3662-7234. A compra através do televendas está sujeita a cobrança de taxa de conveniência de 15% sobre o valor do ingresso. Venda efetuada com cartões de crédito Visa, MasterCard e Diners Club, de quarta a sábado das 14h às 20h e domingo das 14h às 17h. Em dias de espetáculos, até 1 (uma) hora antes do início dos mesmos.