São Paulo – Em 2017, os artistas Maikon K, Renata Carvalho, Wagner Schwartz e Elisabete Finger foram objeto de acalorados debates em torno da liberdade de expressão, censura e limites na arte. Maikon ficou conhecido como “o homem nu da bolha”, Renata, como “a travesti que interpreta Jesus”, Wagner como “o homem nu do MAM” e Elisabete como “a mãe do MAM” (a mãe que permitiu que sua filha tocasse o tornozelo do homem nu). Wagner, fala em vídeo, sobre o processo que criaram juntos para responder a violência que sofreram e o que pensa sobre o episódio e explica um pouco do processo do espetáculo Domínio Público, apresentado no Festival de Curitiba, pela primeira vez.
Foram os curadores do Festival, Guilherme Weber e Márcio Abreu, que convidaram os quatro para criarem algo em torno do tema. Assim nasceu Domínio Público, espetáculo-resposta que já motivou artigo no Aplauso Brasil.
O vídeo foi gravado em um debate após a primeira sessão da peça em Curitiba. Em sua fala Wagner afirmou que “a gente poderia continuar doente se a gente continuasse achando que a gente tava sozinho de alguma forma. Com a companhia de todos aqui eu pude pensar o que aconteceu comigo aqui”.
Em trecho não divulgado nesse vídeo do Aplauso, Wagner, falou da escolha da obra de Leonardo da Vinci Monalisa, que serve de guia para a obra criada por eles e o pano de fundo para discutir arte suas polêmicas e legitimações. “Sofri mais de 150 ameaças de morte, tudo que eu queria era um vidro blindado em torno de mim, como a Monalisa tem”.
O Festival de Curitiba
O Festival vai até dia 8 de abril. A programação tem a Mostra de Teatro, a Fringe, Mostra independente, A Guritiba, para crianças, O MishMash, para a família, o Risorama, com Stand up, Gastronomix e muitas outras atividades. Para saber tudo, acesse o site oficial do evento.
Foto: Annelize Tozetto
Kyra Piscitelli, do Aplauso Brasil (kyra@aplausobrasil.com.br)
Kyra Piscitelli viajou a Curitiba a convite do Festival.