Maurício Mellone* (aplausobrasil@aplausobrasil.com)

Com direção Gabriel Villela, a atriz está à frente de grande elenco que encena a tragédia de Eurípides (Medeia, As Troianas, As Bacantes, entre outras), levada aos palcos pela primeira vez no ano 425 a.C, mas que permanece atual até hoje por retratar a crueldade das guerras. Até dia 18 de dezembro, com retorno dia 13 de janeiro de 2012
SÃO PAULO – Histórias e textos clássicos permanecem vivos e provocam reflexão sempre que encenados e reencenados. É o caso da tragédia de Eurípides, Hécuba, que revela o horror da guerra e suas trágicas consequências. Com adaptação, direção e figurinos de Gabriel Villela, quem dá vida à rainha de Troia é a premiada e consagrada atriz Walderez de Barros, em mais uma de suas brilhantes atuações. Em cartaz no Teatro Vivo, a montagem traz no elenco Fernando Neves, Flávio Tolezani, Léo Diniz, Luiz Araújo, Nábia Vilela, Luísa Renaux, Marcello Boffat e Rogério Romera.
A Guerra de Troia que durou aproximadamente 10 anos, entre 1300 e 1200 a.C., fundamenta a tragédia de Eurípides, que apresenta a rainha de Troia, Hécuba (esposa do rei Príamo), já derrotada e na condição de escrava. A peça tem uma nítida divisão: na primeira parte Hécuba recebe a trágica informação de que sua filha caçula , Polixena (Nábia Vilela), deveria ser sacrificada no túmulo de Aquiles. A jovem virgem, demonstrando heroísmo, prefere a morte à escravidão e segue para o sacrifício.
Ao preparar os funerais da filha, Hécuba é surpreendida com outro horror: seu filho Polidoro (Luiz Araújo) que, de posse de parte do ouro dos troianos, havia sido confiado a Poliméstor (Fernando Neves), rei do Quersoneso Trácio, é encontrado morto. Poliméstor, sabendo da rendição de Troia, manda matar Polidoro para se apoderar de sua fortuna.

Tem início, então, a segunda parte da tragédia: desolada mas enfurecida, Hécuba parte para vingar a morte dos filhos. Com o auxílio das troianas, atrai Polimestor e seus dois filhos a sua tenda, onde elas matam os rapazes e arrancam os olhos do pai.
Para a professora Cristina Franciscatto, doutora em Literatura Grega Antiga, “Eurípides coloca em cena a completa desolação trazida pela guerra: a crueldade e desumanização”.
O diretor Gabriel Villela apresenta uma adaptação enxuta (60 minutos) da tragédia de Eurípides, além de assinar o figurino que além de cores vibrantes tem várias funções (a saia das troianas vira uma espécie de xale e turbante).
Outros destaques da montagem são o cenário em madeira de Márcio Vinícius e as máscaras e adereços do artista plástico potiguar Shicó do Mamulengo usados pelos atores.
Roteiro:
Hécuba.Texto: Eurípedes. Tradução – Mário da Gama Kury. Direção, adaptação e figurinos: Gabriel Villela. Assistência de direção: César Augusto e Ivan Andrade. Elenco: Walderez de Barros, Flávio Tolezani, Fernando Neves, Luisa Renaux, Léo Diniz, Luiz Araújo, Rogério Romera, Nábia Vilela e Marcelo Boffat. Cenografia: Márcio Vinícius. Adereços: Shicó do Mamulengo. Desenho de luz: Miló Martins. Preparação vocal: Babaya.Consultoria cultura grega: Cristina Rodrigues Franciscato. Direção musical e arranjos vocais: Ernani Maletta. Preparação corporal: Ricardo Rizzo.
Serviço: Teatro VIVO (290 lugares), Av. Chucri Zaidan, 860, Morumbi. Sextas às 21h30, sábados às 21h e domingos às 20h. Ingressos: R$ 40,00 às sextas e domingos e R$ 60,00 aos sábados – http://ingressorapido.com.br . Fone- 4003-1212, ou diretamente na bilheteria do teatro. Duração: 60 min. Classificação etária 12 anos. Estacionamento com manobrista: R$15,00 (só dinheiro). Bilheteria: aberta de terça a quinta das 14h às 20h e de sexta a domingo, das 14h até o início do espetáculo. Aceita todos os cartões.
Temporada: até 18 de dezembro. Retorno: 13 de janeiro de 2012.